Commodities

Petróleo sobe com alerta da AIE sobre o mercado; dólar forte minimiza ganhos

A Opep+ está decidida a manter os níveis de produção inalterados no próximo mês

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Por Peter Nurse, do Investing.com – Os preços do petróleo chegaram a recuar nesta terça-feira depois da escalada do dólar em resposta ao aumento da inflação durante a manhã. No entanto, voltou a prevalecer entre os investidores os alertas da Agência Internacional de Energia de um possível arrocho significativo nos mercados globais da energia.

Às 13h03 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo WTI, negociado em Nova York, apresentavam alta de 1,27% a US$ 75,04 por barril, enquanto os contratos do petróleo Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, avançavam 1,38% a US$ 76,19.

Os Futuros da gasolina RBOB dos EUA tinham avanço de 1,29%, a US$ 2,3064 por galão.

Os ânimos foram de menor apetite pelos contratos futuros do petróleo após divulgação dos preços ao consumidor nos EUA às 09h30, com aumento de 0,9% na inflação em junho e alta de 5,4% no ano. Este foi o maior avanço desde agosto de 2008 e resultou em um impulso para o dólar, já que os investidores precificaram um movimento na direção de aperto da política monetária mais cedo do que o esperado.

Um dólar mais forte tem impacto sobre os preços das commodities se estas forem denominados em dólares, já que as torna mais caras para compradores externos.

Mas voltou a prevalecer o sentimento bullish de antes da divulgação do dado de inflação, quando a Agência Internacional de Energia tinha alertado, em seu relatório mensal, que o impasse entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os aliados, grupo conhecido como Opep+, ameaça exacerbar um "agravamento do déficit da oferta", com "o potencial de que os preços elevados dos combustíveis estimulem a inflação e prejudiquem uma frágil recuperação econômica".

A Opep+ está decidida a manter os níveis de produção inalterados no próximo mês, depois de uma disputa entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, ainda que o consumo de combustíveis apresente uma retomada dos níveis da pandemia e a demanda causada pelo maior número de motoristas no verão atinja seu pico.

O arrocho no mercado citado pela AIE provavelmente ficará evidente hoje mais tarde, quando o American Petroleum Institute deve divulgar sua estimativa semanal de estoques de petróleo bruto dos EUA. Estima-se que estas reservas caiem pela oitava semana consecutiva, recuando para o nível mais baixo desde fevereiro de 2020 na semana finda em 2 de julho.

Avanço da Covid-19 preocupa

O recente aumento nos preços do petróleo surge em meio ao aumento de temores com o crescimento do número de casos de Covid-19, principalmente no sudeste da Ásia, embora também nos EUA, maior consumidor do mundo, que registou o maior número de casos durante o fim de semana desde maio.

"O mercado tem uma visão otimista sobre a recuperação da demanda, mas claramente existem alguns riscos muito reais de que a recuperação não será tão rápida quanto muitos no mercado tinham antecipado", disseram os analistas do ING em um relatório.