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Comprar imóvel e viver de aluguel é uma boa opção?

É preciso prestar atenção em alguns pontos antes de embarcar nessa viagem

- Seth Merlo/Unsplash
- Seth Merlo/Unsplash

Viver de aluguel é um sonho para muitos brasileiros. Um investimento seguro e garantido, não é? Será mesmo?  Hoje tiro a dúvida a respeito da compra de um imóvel específico para gerar renda de aluguel. Será que vale a pena? Depende! É preciso analisar.

Separei aqui alguns pontos para você prestar atenção antes de assinar o contrato. Confira:

Check points

1 – Suponhamos que o valor total despendido em um imóvel seja de 500 mil reais. Se o aluguel líquido for de 5 mil reais mensais, isso significa que o retorno mensal é de 1%. Em um ano, o retorno será de 12% (nesse caso, não incidem juros sobre juros, apenas multiplica-se o retorno mensal por 12). Compare o retorno do aluguel que você receberia por esse imóvel com o retorno da Renda Fixa. Lembre-se de sempre considerar os retornos já líquidos de imposto de renda e taxas.

2 – Calcule o custo de oportunidade, que é como chamamos o benefício que você perderá por causa de uma determinada escolha realizada. Nesse caso, é a conta de quanto você deixará de ganhar por sacar seus investimentos para dá-los de entrada no imóvel.

3 – Simule quantos meses de aluguel recebidos seriam necessários para que seu investimento inicial (entrada do financiamento) “se pague”, ou seja, depois de quanto tempo você começaria realmente a receber parte do valor do aluguel como lucro (considere como "lucro" o valor do aluguel recebido descontado do valor da parcela do financiamento).

4 – Lembre do IR. A alíquota de imposto de renda que incide mensalmente sobre o valor dos aluguéis pode ser mais pesada que aquela que incide sobre os rendimentos de aplicações financeiras. Enquanto no primeiro caso a maior alíquota chega a 27,5%, no segundo, o máximo que se pode pagar ao Leão é 22,5% da rentabilidade.

5 – Como a compra de um imóvel para recebimento de aluguel é um investimento de longo prazo, é preciso calcular as probabilidades desse imóvel valorizar ou desvalorizar ao longo do tempo. Você encontra essas informações nas CRECIs ou Secovis (Sindicatos da Habitação) estaduais, ou ainda pelas próprias imobiliárias.

6 – Lembre das taxas de cartório, certidões negativas, escritura, transferências e comissões dos corretores envolvidos na negociação. 

7 – Conheça os custos mensais caso o imóvel fique vago e monte uma reserva financeira para arcar com eventuais períodos de vacância.

8 – Verifique a qualidade estrutural do imóvel (fiação elétrica e sistema hidráulico, para dizer o mínimo) e das áreas comuns do condomínio, se houver. Eventuais reformas podem comprometer o seu bolso, mesmo que as despesas sejam rateadas entre vizinhos.