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Passo a passo: veja como calcular a rentabilidade da sua carteira

Tanto para quem já investe quanto para quem está iniciando, entender se está ganhando ou perdendo é muito importante no jogo dos investimentos

- Nataliya Vaitkevich/Pexels
- Nataliya Vaitkevich/Pexels

Quem está criando um portfólio de investimentos quer fazer o dinheiro crescer, nada mais óbvio. Mas não é tão simples entender como funciona o conceito de rentabilidade e conhecer formas de calcular se o patrimônio está de fato aumentando.

Afinal, há diversas opções de investimentos, com diferentes características que devem ser levadas em consideração, como os custos que você tem para manter suas aplicações e a tributação que incide sobre cada tipo de ativo.

Tanto para quem já investe quanto para quem está iniciando, entender se está ganhando ou perdendo é uma das partes mais importantes no jogo dos investimentos. Confira nesta spacedica como ficar craque!

Rentabilidade não significa lucro

É comum que, principalmente quem está iniciando, confunda ou misture alguns conceitos. Lucro e rentabilidade são dois conceitos que caminham juntos, mas em essência são bastante diferentes. Você pode ter rentabilidade e não ter lucro, por exemplo. 

Vamos ver como isso é possível: Após criar a conta em uma corretora, você decide que o seu primeiro investimento será em títulos prefixados do Tesouro Direto, com rentabilidade de 8% ao ano, e deposita R$ 100.

O problema é que a sua vida financeira ainda não está totalmente nos trilhos, você ainda gasta mais do que ganha, e no final do mês aparece uma conta imprevista. Você lembra, então, daqueles R$ 100 que investiu e decide resgatar. 

Uma das vantagens do Tesouro Direto é que a rentabilidade dele é diária. A caderneta de poupança, por exemplo, só libera os rendimentos após o “aniversário” mensal da caderneta.

Porém, isso não significa que você teria tido lucro com o título do Tesouro. Se você resgatar antes dos 30 dias será cobrado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Além disso, para adquirir qualquer título – inclusive do Tesouro Direto – há taxas e custos com a corretora. Em um prazo tão curto, dificilmente a sua rentabilidade superará esses gastos. 

No caso acima, seu investimento teve rentabilidade, mas você não lucrou; teve prejuízo.

Na ponta do lápis

O exemplo acima é simples, mas a realidade pode ser mais complexa. Em alguns casos, a carteira de investimentos já está bastante diversificada e é possível ficar em dúvida se está tendo lucro ou prejuízo.

Mesmo com pouco valor para investir – segundo levantamento da B3 (B3SA3) em 2020, por exemplo, 44% dos investidores da bolsa tinham menos de R$ 10 mil aplicados -, o portfólio conta com ativos de características tão distintas que é fácil perder as contas. 

A falta de controle sobre a rentabilidade e o lucro, inclusive, é um calcanhar de aquiles para muitos day traders

Ao comprar e vender muitas ações no mesmo dia para ganhar com a valorização ou desvalorização dos papéis, muitos se esquecem que cada ordem de negociação gera custos. No final do dia, pode ser que o trader tenha tido resultado positivo com as negociações, mas precisou realizar tantas ordens de compra e venda que as taxas “comeram” a rentabilidade. Resultado: lucro zero ou prejuízo.

Esse é um dos motivos por que, a partir de um estudo realizado em 2019, pesquisadores da FGV (Fundação Getúlio Vargas) chegaram à conclusão de que é “impossível viver de day trading”. Segundo eles, apenas 7% dos 19 mil traders pesquisados conseguiram persistir na estratégia por mais de 300 pregões da bolsa (cerca de um ano de atividade). No geral, 91% dos entrevistados tiveram prejuízo. 

Um lembrete importante: embora muitas corretoras façam propaganda de ‘corretagem zero”, os custos para ordens de compra e venda nas estratégias de day trade e swing trade permanecem. Esse é outro engano muito comum por parte de principiantes nos investimentos.

Organização é a palavra-chave

Faça mensalmente as contas de cada ativo que você tem de forma separada: quanto renderam seus títulos de renda fixa, confira se as suas ações valorizaram, quanto renderam suas cotas em fundos de investimentos (dividendos e valorização)… Enfim, calcule tudo, inclusive os investimentos mais alternativos e especulativos, como criptomoedas ou crowdfunding.

Se foi necessário fazer algum resgate no período (mesmo que seja para reinvestir em outro ativo), fique atento às taxas e custos de corretagem e se houve pagamento de IR na transação.  Com todos os dados organizados ficará mais fácil fazer as contas e saber se a sua carteira está dando lucro.

Para quem não tem intimidade com a calculadora, já existem aplicativos para acompanhamento da rentabilidade, inclusive trazendo gráficos e dados bastante completos. Alguns dos mais conhecidos são o GorilaKinvo Fliper. Clique em cada um para entrar nos sites e conferir qual se adequa melhor às suas necessidades. 

O importante é investir com responsabilidade e inteligência.