Avaliação

Gerenciamento de riscos financeiros na comercialização do gás trará benefícios ao mercado, diz KPMG

A exemplo do crescimento signifcativo que o mercado livre de energia elétrica desenvolveu na década de 90, discussão ganha relevância na indústria

Gasodutos - Depositphotos
Gasodutos - Depositphotos

A exemplo do crescimento significativo do mercado livre de energia elétrica desenvolvido em meados da década de 90, com o objetivo de estímulo da livre concorrência no setor, a gestão de risco financeiro frente a eventos extremos, sazonalidade e questões geográficas para as companhias que atuam na comercialização de gás passou a ser uma discussão importante para a indústria, segundo Rodrigo Bauce, sócio-diretor de riscos financeiros da consultoria KPMG.

De acordo com o executivo, o desafio para os próximos anos será como evitar a volatilidade nos balanços e gerenciar os riscos financeiros no processo de monetização do gás dentro de uma estrutura conectada com a experiência recente na compra e venda de energia elétrica.

"Como o gás é um combustível fóssil, também utilizado para geração de energia, não vai demorar para encontrar a mesma rota que foi implantada para comercialização de energia. O único diferencial é que o processo de negociação de contratos de energia elétrica é efetuado antes da produção, enquanto, no gás, esse processo acontece de forma mais dinâmica em função da capacidade de estocagem", avalia Bauce.

Entre os benefícios em gerenciamento de riscos financeiros que o amadurecimento da negociação do gás no mercado livre pode trazer estão a melhoria na liquidez, a mitigação de risco de mercado com proteções (hedge) e a blindagem da cadeia produtiva e quebra (default).

Para o sócio de energia e recursos naturais da KPMG, Anderson Dutra, mediante as perspectivas e os desafios para a expansão da produção nacional de gás natural, a comercialização do produto no mercado livre irá adicionar valor ao ativo.

"O Brasil tem imensas reservas de gás natural ainda inexploradas e tem um ambiente favorável para esse tipo de negociação. O mercado de gás entra nas distribuidoras e é vendido para o consumidor final. Com a monetização, há possibilidade de a indústria se posicionar para equilibrar o preço dentro da comercialização. Esse movimento vai gerar maior competitividade para a indústria nacional. A viabilidade da monetização do gás significa um importante movimento do setor que será capaz de trazer maior diversidade dos atores envolvidos, principalmente da cadeia fornecedora", finaliza.

Com informações de Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação (RV&A).