Balanço

B3: resultados não surpreendem, mas mercado mantém otimismo; confira análises

A ação fechou o pregão desta quinta-feira em forte queda de 7,7%, a R$ 13,89

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Por Ana Julia Mezzadri, do Investing.com – Apesar de os resultados do segundo trimestre reportados pela B3 (SA:B3SA3) não terem surpreendido o mercado, a maior parte dos analistas mantém sua visão positiva para a ação nos próximos trimestres.

A ação fechou o pregão desta quinta-feira em forte queda de 7,7%, a R$ 13,89, enquanto o Ibovespa terminou o dia em queda de 1,1%, aos 120.701 pontos.

Depois do balanço, a B3 recebeu recomendações de Compra do BTG Pactual (SA:BPAC11), da Ativa e da Genial e Neutra da XP Investimentos, com preço-alvo médio de R$ 22,9.

O lucro líquido reportado pela B3 foi de R$ 1,3 bilhão, o que representa uma queda de 1% na comparação trimestral, mas alta de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. O número, de maneira geral, ficou em linha com as expectativas do mercado. A receita de R$ 2,4 bilhões superou o 2T20 em 27%.

Os resultados foram impulsionados principalmente por um aumento nos volumes, mas, na visão do BTG, também foram ajudados por uma reversão na provisão. Porém, mesmo se esse fator for excluído, a receita ainda seria 19% superior à do mesmo período do ano anterior.

A Ativa tem uma visão um pouco mais positiva sobre os resultados: “A B3 apresentou, mais uma vez, bom desempenho no trimestre, ligeiramente acima das nossas expectativas. O crescimento de todas as linhas de negócio, impulsionado principalmente pelo expressivo aumento no volume de negociação, permitiu que a B3 expandisse, de forma potente, sua receita líquida, Ebitda e lucro líquido na comparação YoY.”

De fato, a companhia registrou alta de receita em todos os segmentos: listado (+25,7% ano a ano), balcão (+6,8%), infraestrutura e financiamento (+48,5%) e tecnologia, dados e serviços (+24,3%).

Um ponto negativo do balanço foram as despesas operacionais de R$ 749 milhões, alta trimestral de 13%. Depois do número, a companhia revisou suas projeções para o indicador em 2021 em cerca de 5%, de entre R$ 1,225 bilhão e R$ 1,275 bilhão para entre R$ 1,295 bilhão e R$ 1,345 bilhão.

Além disso, a Ativa destaca o fato de o resultado ter sido ligeiramente mais fraco em relação ao primeiro trimestre.

Para além dos resultados, um destaque do trimestre foi o investimento na Dimensa, empresa de soluções de back-office para companhias de serviços financeiros controlada pela Totvs (SA:TOTS3). O movimento, na análise do BTG, “é parte da estratégia da B3 de expandir sua presença em áreas adjacentes a seu negócio central, com o objetivo de fortalecer seu relacionamento com clientes em seu ecossistema”.

O banco destaca ainda o lançamento de novos produtos no período, como o exercício automático de opções e as ETFs de criptomoedas.

No terceiro trimestre até agora, os volumes vêm apresentando desaceleração, caindo para R$ 29 bilhões em julho (-22% m/m). O BTG destaca, porém, que esse período do ano tende a ter volumes menores.

Para os próximos trimestres, o BTG aponta como riscos para a tese de investimento as notícias de mais concorrência e o aumento na taxa de juros. 

A Ativa, por outro lado, cita justamente a baixa concorrência como um dos pontos de força para a tese, somada ao modelo de negócio diversificado e verticalizado e ao alto potencial de crescimento.

Unindo as duas visões, a Genial afirma: “Apesar da pressão nos volumes, medo de potenciais competidores e ciclo de juros em alta, acreditamos que a tese de longo prazo continua robusta, com aumento de investidores de varejo na bolsa, novos produtos fomentando o volume e aumento de investidores de alta frequência que devem continuar a ajudar a impulsionar o lucro da empresa.”

Para o BTG, a ação segue barata, o que justifica sua recomendação de Compra. A XP, por outro lado, mantém recomendação Neutra por acreditar “que o preço da empresa está refletindo a maioria das melhorias operacionais e crescimento que virão”.