Por Peter Nurse, da Investing.com – Os preços do petróleo continuavam em queda na sexta-feira, em meio a preocupações de que a propagação da variante delta da Covid-19 afetará o crescimento da demanda.
Por volta das 12h50 (horário de Brasília), os futuros do petróleo WTI dos EUA caíam 0,54%, a US$ 68,72 o barril, enquanto os futuros do Brent caíam 0,7%, a US$ 70,81 o barril.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA caíam 0,94%, para US$ 2,2540 o galão.
As últimas divulgações da Agência Internacional de Energia e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, ambos os relatórios publicados na quinta-feira, pouco ajudaram no sentimento do mercado.
A IEA cortou sua previsão de crescimento da demanda para o segundo semestre do ano em meio milhão de barris por dia, em relação à sua estimativa do mês anterior, mencionando novas restrições impostas pela Covid-19 em vários dos grandes países consumidores de petróleo, particularmente na Ásia.
A Opep manteve sua previsão de crescimento da demanda global de petróleo para 2021 e 2022, mas o grupo aumentou a previsão para o fornecimento proveniente de países que não participam do grupo em quase 1,1 milhão de barris por dia no próximo ano.
Portanto, “a Opep está assumindo uma visão semelhante à da IEA de que a demanda pelo seu próprio petróleo em 2022 será inferior ao inicialmente esperado”, afirmaram analistas do ING, em nota.
O impacto potencial desta nova onda de Covid foi ilustrado pela decisão da China de fechar um dos portos mais movimentados do mundo no início desta semana, e o porto de Los Angeles, que viu seu movimento cair por causa de um surto de Covid em junho no porto de Yantian na China, está se preparando para outra situação semelhante.
Ao mesmo tempo, em Nova York, São Francisco e Nova Orleans agora exigem que clientes apresentem cartões da vacinação para entrar em restaurantes, academias de ginástica e outros locais, potencialmente restringindo atividades nos EUA
Os comentários do influente banco de investimentos Goldman Sachs se alinharam ao pedido do presidente dos EUA, Joe Biden, no início da semana para que os principais produtores de petróleo aumentassem a produção de maneira a conter o aumento dos preços da gasolina.
O banco afirmou que a Opep+ dificilmente aumentará a produção no curto prazo, dada a ameaça da variante Delta do coronavírus à demanda.
"Não vemos a recente declaração da Casa Branca como uma ameaça ao atual déficit do mercado nem ao ritmo de recuperação no segundo semestre de 2021", afirmou o Goldman Sachs (NYSE:GS) em nota na quinta-feira.
A Opep+ está em processo de retomar o corte histórico de produção de 10 milhões de barris por dia promovidos nos primeiros dias de pandemia.