Por Alerrandre Barros, da Agência IBGE de Notícias – A taxa de desocupação recuou para 14,1% no segundo trimestre deste ano, uma redução de 0,6 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre.
Apesar da diminuição na taxa, o país ainda soma 14,4 milhões de pessoas na fila em busca de um trabalho. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta terça-feira (31), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, o recuo na taxa foi influenciado pelo aumento no número de pessoas ocupadas (87,8 milhões), que avançou 2,5%, com mais 2,1 milhões no período.
Com isso, o nível de ocupação subiu 1,2 ponto percentual para 49,6%, o que indica, contudo, que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.
“O crescimento da ocupação ocorreu em várias formas de trabalho. Até então vínhamos observando aumentos no trabalho por conta própria e no emprego sem carteira assinada, mas pouca movimentação do emprego com carteira. No segundo trimestre, porém, houve um movimento positivo, com crescimento de 618 mil pessoas a mais no contingente de empregados com carteira”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
Setor privado
O número de empregados com carteira assinada no setor privado avançou 2,1%, totalizando 30,2 milhões no segundo trimestre do ano, frente ao anterior. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o contingente ficou estável, mas interrompeu quatro trimestres sucessivos de quedas.
A ocupação também avançou no segundo trimestre com o aumento de 3,4% no número empregados no setor privado sem carteira (10,0 milhões) na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, esse contingente subiu 16,0% ou 1,4 milhão de pessoas.
Trabalho por conta própria
Outro destaque da PNAD Contínua foi o trabalho por conta própria, que atingiu o patamar recorde de 24,8 milhões de pessoas, um crescimento de 4,2% na comparação com o trimestre anterior.
Em um ano, o contingente avançou 3,2 milhões, alta de 14,7%. Inclusive, 52,2% da alta da ocupação na comparação mensal e 62,7% dessa alta na comparação anual vieram do aumento dos conta própria sem CNPJ.
Informalidade
Os trabalhadores informais, que incluem aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração, somaram 35,6 milhões de pessoas e uma taxa de 40,6%.
No trimestre anterior, a taxa foi de 39,6%, com 34,0 milhões de informais. Há um ano esse contingente era menor, 30,8 milhões e uma taxa de 36,9%.
Subocupados e desalentados
A PNAD mostra ainda que os trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, aqueles que trabalham menos horas do que poderiam trabalhar, chegou a um número recorde de 7,5 milhões de pessoas, um aumento de 7,3%, com mais 511 mil pessoas.
Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o indicador subiu 34,4%, quando havia no país 5,6 milhões de pessoas subocupadas.
Entre os desalentados (5,6 milhões), pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, houve uma redução de 6,5% em relação ao primeiro trimestre do ano. Mas esse contingente permanece estável na comparação com o segundo trimestre do ano passado.
Rendimento médio
O rendimento médio real dos trabalhadores foi de R$ 2.515, um recuo de 3,0% frente ao trimestre de janeiro a março de 2021 e redução de 6,6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
A massa de rendimento real, que é soma de todos os rendimentos dos trabalhadores, ficou estável, atingindo R$ 215,5 bilhões.