Digitalização

Accenture: menos de 10% da carga de trabalho das seguradoras está alocado em plataformas de nuvem

Durante a pandemia, setor relatou dificuldades em migrar para o trabalho remoto e atender a demanda de vendas e serviços

- Adeolu Eletu via Unsplash
- Adeolu Eletu via Unsplash

O setor de seguros se encontra em descompasso dos demais mercados quando o assunto se trata de benefícios da tecnologia. Segundo o estudo ‘O Valor da Nuvem Para o Setor de Seguros’, realizado pela Accenture, menos de 10% do total da carga de trabalho das seguradoras está alocado em plataformas de cloud.

Segundo a Accenture, em julho de 2019, apenas 56% dos executivos das seguradoras afirmaram ter desenvolvido e implantado um novo modelo
operacional de TI para suportar a transição para a nuvem. Essa falta de evolução foi evidenciada durante o período de Covid-19.

As seguradoras tiveram dificuldades para migrar para o trabalho remoto e atender a demanda de vendas e serviços.

Desde o surgimento da pandemia, as seguradoras sofrem um forte impacto financeiro, com avaliações totais em queda numa média de 20% a 30% em todos os mercados globais.

Segundo o levantamento, três grandes desafios criam uma situação insustentável para as seguradoras:

Pressão sobre o faturamento – As quedas macroeconômicas no PIB e o risco subjacente pesam no faturamento, com impacto desproporcional em alguns segmentos de clientes e linhas de negócios (ex.: Pequenas Empresas, Remuneração ao Trabalhador (Workers’ Comp).

Disrupção do modelo de vendas e serviços – Canais tradicionais para prospecção, novas vendas/renovação (incluindo visitas médicas para seguros de vida) e modelos de atendimento por meio de agentes e enfermeiros locais costumavam ser vantagens para grandes operadoras. O distanciamento físico não apenas afetou sua eficácia para os negócios das operadoras, como também igualou o campo de atuação para novos entrantes.

Considerada a taxa de retenção histórica aproximada de 85% dos prêmios de ramos elementares, um grande volume de receitas agora está em jogo com grupos muito maiores de clientes explorando os modelos digitais.

Rentabilidade dos resultados e maior passivo – A queda nas taxas de juros tem prejudicado ainda mais os rendimentos e a lucratividade dos investimentos.

As intervenções das agências regulatórias ameaçam as margens e a adequação das reservas para perdas, como, por exemplo, as exigências de devolução de prêmios com base em uso reduzido, sondagens para ampliar Lucros Cessantes e a Remuneração dos Trabalhadores [Workers’ Comp] para compensar os impactos da Covid-19.

Paralelamente, as seguradoras foram forçadas a reavaliar a tecnologia e a segurança (ou resiliência operacional) após a disrupção repentina dos serviços contratados.

Quem saiu na frente

De acordo com a Accenture, as seguradoras que tomaram medidas precoces e investem na nuvem há algum tempo já colhem os benefícios. Os líderes dessas empresas estão prestes a dobrar sua base de faturamento para o período de oito anos, entre 2015 e 2023.

O material apura que as empresas devem responder as pressões do mercado para enfrentar a recuperação e encontrar nichos de crescimento em seus negócios principais e periféricos, afinal jornadas digitais mais eficientes e modelos diretos ao consumidor foram potencializados pela Covid-19 e são uma realidade para o setor de seguros.

Além disso, segundo a Accenture, a redução de custos através da nuvem pode mitigar os impactos de eventuais acréscimos de custos com pagamentos de sinistros.

Uma estratégia baseada em nuvem, adaptada à carteira de negócios e posição competitiva da seguradora, pode permitir a aceleração do crescimento, transformação digital baseada em dados e transformação da curva de custos.