Por Paula Arend Laier, da Reuters – Executivos do Magazine Luiza (MGLU3) reconheceram a exigente base de comparação para o resultado do terceiro trimestre em teleconferência com analistas, conforme relato da equipe do Goldman Sachs em relatório enviado a clientes no final da segunda-feira.
Ainda assim, a administração da companhia reiterou o foco na construção de um ecossistema digital por meio da integração de aquisições recentes com iniciativas de crescimento orgânico, segundo os analistas liderados por Irma Sgarz.
A criação de novas categorias e as melhorias na experiência de atendimento são dois elementos-chave que o Magazine Luiza busca alavancar para aumentar ainda mais o crescimento e o envolvimento do usuário.
As ações do Magazine Luiza acumulam em setembro uma perda de mais de 4%, mas na última sexta-feira fecharam com um tombo de quase 9%, o que chamou a atenção, com a B3 pedindo esclarecimento sobre as oscilações atípicas dos papéis.
"A companhia acredita que as oscilações atípicas podem ser atribuídas a notícias veiculadas pela imprensa ou por consultorias especializadas, que não têm relação direta com o Magalu e/ou com seus fundamentos de longo prazo", informou a empresa na segunda-feira.
Entre as outras empresas do Ibovespa com forte atuação no e-commerce, Via contabiliza uma perda de 11,45% e Americanas ON registra um acréscimo de 0,1% no acumulado de setembro.
A equipe do Goldman Sachs disse acreditar que a trajetória de crescimento do Magazine Luiza continua atraente, com ganhos de participação contínuos (orgânicos e inorgânicos) ajudando a compensar parte do impacto de um consumidor mais fraco.
Para os analistas, uma desaceleração temporária no crescimento anual da métrica GMV diante de bases de comparações difíceis e uma eliminação gradual dos pagamentos de estímulo era de se esperar, e não deve inviabilizar os fundamentos das ações.
O Goldman Sachs tem recomendação de compra para os papéis da companhia, com preço-alvo de 25 reais.
A equipe comandada por Irma Sgarz trabalha com um crescimento de cerca de 20% para o GMV de produtos próprios (1P) no terceiro trimestre ano a ano, ante expansão de 40% no segundo trimestre na mesma base de comparação.
Para os produtos terceirizados (3P), por outro lado, estimam que crescimento em ritmo semelhante ao do trimestre anterior, com alta de 56% do GMV no terceiro trimestre versus 63% no segundo, implicando um aumento consolidado de 30% ano a ano.
"Embora reconheçamos que pode haver riscos de baixa de um ambiente de demanda mais fraca, acreditamos que o impacto nas estimativas para o ano inteiro seria, neste ponto, limitado."