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68% da população brasileira acredita que a economia se recuperará somente em 2022, diz estudo

O mesmo índice foi apurado na pesquisa anterior, realizada em junho, mesmo com projeções de crescimento e o avanço da vacinação contra a Covid-19

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Mesmo com a projeção de crescimento do PIB em 2021 entre 5% a 5,5%, o avanço da vacinação contra a Covid-19, e a flexibilização de boa parte das restrições impostas em todos os setores, a maioria da população permanece apreensiva e teme a piora nos próximos seis meses do desemprego, inflação e poder de compra.

Segundo a terceira edição do Radar Febraban, mais de dois terços dos entrevistados (68%) estimam que a economia brasileira só deve dar sinais de melhora a partir do ano que vem. O mesmo índice foi apurado na pesquisa anterior, realizada em junho.

O percentual daqueles que acham que a economia não vai se recuperar definitivamente passou de 9%, em março, para 15% em setembro. Esse número chega a 21% entre os jovens de 18 a 24 anos.

Quanto a situação financeira pessoal, 55% dos brasileiros não acreditam que haja recuperação ainda esse ano. Em março, essa taxa era de 54% e havia recuado para 52% três meses depois.

Principais preocupações

Aumento do desemprego, queda do poder de compra, elevação da inflação, do custo de vida e da taxa de juros compõem o leque das principais inquietações dos brasileiros e embasam o sentimento desfavorável sobre a recuperação da vida financeira familiar e da economia em curto prazo.

Ainda assim, é possível observar perspectivas mais favoráveis em relação a março e relativa estabilidade em relação a junho. Numa projeção para os próximos seis meses:

• 76% apostam no aumento da taxa de juros, mesmo patamar de março e maior que junho (72%).

• 74% acreditam que a inflação e o custo de vida irão aumentar nos próximos seis meses. Em junho, eram 73% e em março esse montante chegava a 80%.

• 54% preveem o aumento do desemprego. Em junho eram 52% e em março somavam 70%.

• 51% creem que o poder de compra das pessoas vai diminuir. Em junho, o percentual era 48% e em março 64% tinham essa opinião.

• Quanto ao acesso de pessoas e empresas ao crédito, assim como nas edições anteriores as opiniões se dividem: 32% acreditam em aumento, 31% apostam em queda e para 29% o acesso ao crédito ficará igual.

Consumo

34% dos entrevistados expressaram a intenção de comprar um imóvel como uma alternativa de investimento preferencial caso a situação financeira melhore e haja sobra no orçamento nos próximos meses.

Em março e junho passados, esses índices eram, respectivamente, de 23% e 27%.

Cerca de dois terços das pessoas ouvidas acham mais interessante, na hipótese de sobras financeiras, fazer investimentos bancários: 31% aplicariam na poupança e outros 31% fariam outro tipo de investimento. E ainda:

• 26% dos entrevistados usariam a sobra de dinheiro para investir na própria educação e de seus familiares – entre os jovens de 18 a 24 anos, esse percentual alcança 36%;

• 22% reformariam a casa;

• 20% prefeririam viajar.

Ao contrário das opções de investir na educação e reformar a casa, que mantiveram patamares semelhantes às ondas anteriores, o levantamento de setembro registra o menor índice quanto ao desejo de viajar, que em março era de 25% e em junho, 29%.

Outros itens receberam menos de 15% das menções:

• melhorar o plano de saúde (14%);

• comprar carro e comprar eletrodomésticos/eletrônicos (12% em ambos os casos);

• comprar moto (5%);

• fazer seguro de carro, casa, vida ou outros (4%).

Contribuição dos bancos

Já a confiança nos bancos em setembro alcançou a melhor marca entre as rodadas do levantamento (60%). A confiança nas fintechs deu um salto significativo entre março e setembro: de 49% para 59%.

Quanto às empresas privadas em geral, a confiança é de 54% (eram 51% em junho). Essa opinião favorável sobre os bancos também se expressa no crescente reconhecimento de sua relevância para a economia, o país e as pessoas:

• 61% avaliam que os bancos dão uma contribuição positiva para o desenvolvimento da economia brasileira (março: 51% e junho: 53%).

• 57% opinam que os bancos ajudam o país, à população e seus clientes no enfrentamento da crise do coronavírus (março: 45% e junho: 52%).

• 54% consideram que os bancos contribuem positivamente para a geração de empregos (março: 40% e junho: 43%).

• 49% avaliam que o setor contribui de forma positiva para a qualidade de vida das pessoas (março: 42% e junho: 45%).

Você pode acessar o relatório completo da terceira edição do Radar Febraban aqui.

Com informações da Diretoria de Comunicação da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).