O IPO (Oferta Pública Inicial, em inglês) marca a chegada das empresas à bolsa de valores, com a sua primeira oferta de ações.
Porém, algum tempo depois, pode ser que a companhia novamente necessite realizar novas emissões. Nesse caso, é preciso seguir outro processo: o de oferta subsequente ou “follow-on”, como é conhecido no mercado financeiro.
Confira por que as empresas realizam ofertas subsequentes e se vale a pena investir nessas oportunidades.
Por que uma empresa realiza follow-on?
Geralmente, as empresas realizam ofertas subsequentes para captar novos recursos por diversos motivos, como expandir a operação, adquirir outras empresas, abrir filiais para explorar novos mercados ou lançar novos produtos, por exemplo.
Recentemente, grandes marcas realizaram follow-ons, como Grupo Soma e Magazine Luiza.
O Grupo Soma, por exemplo, informou ao mercado que os recursos captados no follow-on eram direcionados para adquirir a marca de roupas Hering.
Já o Magazine Luiza, um dos maiores varejistas do país, movimentou quase R$ 4 bilhões na sua oferta subsequente.
Segundo a empresa, os recursos captados com a emissão de 150 milhões de ações tinham como destino o projeto de expansão do Magalu em novos mercados, investimentos em logística, abertura de novos centros e hubs de distribuição, além do pagamento de aquisições estratégicas, como da KaBuM!, varejista de games, que custou mais de R$ 1 bilhão.
Oferta primária x oferta secundária
O follow-on pode ocorrer de duas formas diferentes: quando a empresa disponibiliza novos papéis, o processo se chama “oferta primária”.
Nesse caso, a quantidade e preço dos papéis oferecidos é determinado por um processo chamado bookbuilding, em que a companhia pesquisa as intenções do mercado para chegar a um valor justo de acordo com a demanda do mercado e necessidade de captação da empresa.
É comum, mas não regra, que as empresas informem previamente todo o mercado da sua intenção de realizar um follow-on, com o objetivo de “sentir o interesse” dos investidores em adquirir novos papéis.
Porém, nem sempre essas oportunidades são abertas a todos os interessados. Ao contrário do IPO, na oferta subsequente a empresa pode delimitar a oferta a apenas um grupo de investidores, como profissionais (com mais de R$ 10 milhões em investimentos) ou qualificados (com mais de R$ 1 milhão em ativos).
Contudo, se a ideia for realizar uma oferta pública (incluindo investidores de varejo), o pedido deverá ser submetido junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que regula o processo, e à B3, a bolsa brasileira.
Além disso, segundo a instrução CVM 400, a empresa deverá produzir documentação que divulgue detalhes sobre a oferta, a empresa e demais envolvidos de forma ampla, transparente e adequada, de modo a proteger investidores mais inexperientes.
Já a oferta secundária de ações ocorre quando um acionista relevante decide vender seus papéis.
Como essas ações já existem, a negociação não envolve a empresa, que não sofre alterações no capital social nem recebe novos recursos no seu caixa.
Só quem ganha dinheiro com esse tipo de oferta é o próprio acionista, que está diminuindo sua participação no quadro societário da companhia.
Vale a pena investir em um follow-on?
Como vimos, as empresas que realizam follow-on por diversos motivos, mas em geral com o objetivo de expandirem os seus negócios, o que aponta que estão vivendo um bom momento no mercado.
Por isso, investir em ofertas subsequentes costuma trazer riscos um pouco menores que no IPO.
Além disso, ao contrário de uma oferta pública inicial, nas subsequentes já existem ações da empresa disponíveis na bolsa e a chegada de novos papéis tem como efeito aumentar a sua liquidez, tornando mais fácil a negociação se o investidor escolher vender.
Seja no IPO ou em uma oferta subsequente, quem quer investir em ações precisa levar em consideração diversos fatores em relação ao mercado e às empresas nas quais ele pretende aplicar.
Não se esqueça também de diversificar seus investimentos entre opções mais conservadoras e arrojadas e de planejar seus objetivos tanto no longo quanto no médio e no curto prazo.