Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – O Banco Inter (SA:BIDI11) emitiu um relatório explicando as diferenças entre as gerações de criptomoedas, detalhando como cada uma funciona, quais são seus objetivos e as oportunidades em cada tipo de ativo. Confira os destaques.
1ª geração
O principal exemplo desta categoria é o Bitcoin, que vem se mostrando bastante resiliente nos últimos 12 anos e fiel à sua proposta. Apesar da volatilidade, a criptomoeda possibilita que todos verifiquem as informações na sua blockchain, sem precisar pedir acesso.
Ainda assim, o alto nível de segurança e liberdade do bitcoin faz com que ele se torne resistente a mudanças, mesmo que elas sejam positivas.
O Inter explica que uma sugestão de mudança aparentemente inofensiva, como a de aumentar o espaço disponível por bloco minerado na Blockchain para baratear os custos e aumentar a velocidade, foi motivo de bastante discussão e conflito na comunidade cripto.
Para o Inter, existe uma clara relação entre funcionalidade e segurança, que permite o sistema de pagamentos descentralizado. O bitcoin, apesar de ser engessado, possui uma estrutura extremamente segura e alinha de forma equilibrada os interesses entre mineradores e usuários.
2ª geração
A segunda geração começa quando as criptomoedas passam a ser usadas para funções além das transações e começam a estabelecer condições previamente acordadas e mutuamente aceitas entre as pessoas envolvidas.
A Ethereum é o grande nome desse segmento.
Essa tipo de ativo permite a criação de smart contracts. Um bom exemplo do uso desses contratos inteligentes seria no uso de compra e venda de opções.
Essas criptos fazem parte da chamada Decentralized Finance ou DeFi, que hoje já tem mais de US$ 100 bilhões de investimentos.
A única questão com esse tipo de criptoativo está no que é conhecido como “O problema do Oráculo”, que trata sobre todas as informações que são necessárias para um contrato, mas que não são armazenadas na blockchain.
Por exemplo, em um smart contract de venda de commodities, alguém de confiança, fora da blockchain (off chain), precisaria informar o preço do produto.
Mas a comunidade cripto entende que o diferencial das criptomoedas é gerar uma estrutura de obrigações em que não haja a necessidade de se confiar em absolutamente ninguém a não ser na própria tecnologia.
A Chainlink é uma plataforma de blockchain que busca solucionar o problema do oráculo e é responsável por mais de 50% de todos os dados off chain usados pelas diferentes aplicações DeFi.
Para providenciar dados de alta qualidade, a Chainlink usa inúmeras fontes para obter uma mesma informação.
Quem deseja participar da blockchain como validador e, portanto, ser remunerado por isso, deve se submeter ao processo de se tornar stakeholder e alocar seu próprio patrimônio na rede. Assim, esses avaliadores teriam algo a perder, caso passasse informações falsas.
3ª geração
Essa é categoria mais flexível, com a Cardano sendo um exemplo de rede em blockchain que permite mudanças no protocolo de forma mais simples e menos burocrática, mas sem perder padrões mínimos de segurança.
O objetivo da terceira geração dos criptoativos está em criar um mecanismo que sistematize a comunicação entre as diferentes blockchains. Algo similar a uma “internet de blockchains”.
O Inter explica que essa geração permite que a maioria da comunidade altere as regras estabelecidas, assim como órgãos legislativos podem alterar a constituição de um país, por exemplo.