O Ibovespa, principal índice acionário da B3, a bolsa brasileira, opera em alta nesta terça-feira (21), enquanto investidores seguem atentos a um possível calote no setor imobiliário da China e esperavam por novos passos na política monetária de Brasil e Estados Unidos.
Por volta das 15h00, os ganhos eram de 1,61%, aos 110.592 pontos.
O dólar tinha desvalorização de 1,13%, cotado a R$ 5,271.
Veja os fatores que influenciam os mercados hoje:
Mercados internacionais
Ásia (encerrados)
Nikkei 225 (Jap): 2,17% ↓
Shanghai Composite (Chi): 0,19% ↑ (Não operou hoje (21) por conta de feriado local)
Europa (encerrados)
DAX 30 (Ale): 1,43% ↑
FTSE 100 (Ing): 1,12% ↑
CAC 40 (Fra): 1,50% ↑
EUA
Dow Jones: 0,09% ↑
S&P 500: 0,08% ↑
Nasdaq 100: 0,22% ↑
Nervosismo com Evergrande diminui
Os mercados globais se recuperam das perdas de segunda-feira (20), enquanto analistas de todo o mundo se esforçam para tranquilizar os clientes de que a China não está prestes a experimentar o seu “momento Lehman”.
O índice Hang Seng em Hong Kong subiu 0,5%, enquanto os índices de ações de referência europeus subiam mais de 1%. Os rendimentos do Tesouro dos EUA subiam ligeiramente e o índice do dólar recuou da alta que atingiu na segunda-feira.
A expectativa agora depende do que as autoridades podem imaginar antes que os mercados da China continental reabram na quarta-feira (22), após um feriado prolongado.
O China Evergrande Group (OTC:EGRNY) (OTC:EGRNY), o incorporador imobiliário no centro da crise crescente, já perdeu um pagamento aos bancos e enfrenta juros e pagamentos do principal de seus títulos a partir de quinta-feira (23).
Presidente Jair Bolsonaro discursa na ONU
O presidente Jair Bolsonaro disse, hoje (22), ao abrir a sessão de debates da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que o Brasil está trabalhando na atração de investimentos da iniciativa privada e que possui “tudo o que investidor procura: um grande mercado consumidor, excelentes ativos, tradição de respeito a contratos e confiança no nosso governo”.
Durante seu discurso, o presidente reafirmou o compromisso firmado na Cúpula de Líderes sobre o Clima, em abril, de alcançar, até 2050, a neutralidade zero de emissões de gases de efeito estufa no país, antecipando em dez anos a sinalização anterior, prevista no Acordo de Paris.
Ainda em meio à pandemia da covid-19, esta edição da Assembleia Geral da ONU é realizada de forma híbrida, com declarações presenciais e por vídeo. No ano passado, o evento foi totalmente virtual. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro país a fazer um pronunciamento e o presidente Jair Bolsonaro optou em ir pessoalmente a Nova York.
Ele lamentou as mortes por covid-19 e disse que o governo vai vacinar “todos que escolheram ser vacinados no Brasil” até novembro. O presidente se manifestou contra o passaporte da vacinação, que cobra imunização dos cidadãos para acesso a serviços. “Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina”, disse.
Durante seu discurso nas Nações Unidas, Bolsonaro também disse que o governo brasileiro apoia “a autonomia do médico na busca do tratamento precoce”. “Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off-label”, disse.
Em sua fala, o presidente também destacou a atuação brasileira no campo humanitário e no combate à pandemia; às mudanças que seu governo está promovendo no país e o retorno do Brasil ao Conselho de Segurança da ONU. No biênio 2022-2023, o Brasil ocupará um assento não permanente na entidade.
Copom
Já aqui no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começa hoje (21) a sexta reunião do ano para definir a taxa básica de juros e deve repetir os aumentos promovidos nos últimos quatro encontros.
Amanhã (22), ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão.
OCDE
Uma rápida recuperação do crescimento global está no caminho certo, mas é cedo demais para governos e bancos centrais retirarem o suporte excepcional para suas economias apesar do salto na inflação, disse a OCDE nesta terça-feira (21) em uma atualização de sua perspectiva econômica.
Segundo a organização, a economia mundial deve crescer 5,7% este ano e 4,5% em 2022 e a inflação deve atingir o pico ao final do ano, em uma média de 4,5% no grupo das 20 principais economias, antes de enfraquecer a 3,5% até o fim de 2022.
Minério de ferro
As exportações de minério de ferro do Brasil desaceleraram em setembro e registraram média diária de 1,346 milhão de toneladas no acumulado do mês até a terceira semana, contra 1,714 milhão de toneladas na primeira semana, apontaram dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta segunda-feira.
Precatórios
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que a PEC para resolver o problema dos precatórios no Orçamento do ano que vem preverá uma limitação do crescimento dessas despesas pela mesma dinâmica da regra do teto de gastos.
E o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse "que fique claro" que há o compromisso de respeito ao teto de gastos.
Junto a ambos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que confia no Congresso e a mostrar esperança de um desfecho positivo para a questão da conta de precatórios de quase 90 bilhões de reais para 2022.
Informe corporativo
BrasilAgro – A Brasilagro (SA:AGRO3) vendeu, por R$ 130,1 milhões, parte da Fazenda Rio do Meio, localizada no município de Correntina (BA), conforme fato relevante divulgado ao mercado.
Segundo o comunicado, o valor do negócio é equivalente a 250 sacas de soja, cerca de 45,5 mil reais, por hectare útil.
Braskem (SA:BRKM5) – A Novonor informou à Braskem que ainda não tomou uma decisão sobre a forma pela qual vai se desfazer de sua participação de controle na companhia, afirmou a petroquímica em comunicado ao mercado nesta segunda-feira (20).
Corsan – O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, sancionou a Lei 15.708/2021, que autoriza a desestatização da Companhia Rio Grandense de Saneamento (Corsan), informou a companhia em comunicado divulgado nesta segunda-feira, 20.
Cosan (SA:CSAN3) – O conglomerado Cosan fechou contrato com a Mansilla Participações para comprar uma fatia de 47% na gestora de propriedades agrícolas Radar por um valor líquido de R$ 1,479 bilhão.
Energisa (SA:ENGI4) – A Energisa contratou um financiamento de R$ 166 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o empreendimento da Energisa Tocantins Transmissora (ETT).
O custo desse financiamento é de IPCA mais 4,90% ao ano, com prazo de 238 meses, sendo 38 de carência e 200 meses de pagamentos mensais de juros e amortização.
Gol (SA:GOLL4) – A Gol terá malha de aeronaves elétricas do tipo eVTOL, com previsão de início de operações em meados de 2025.
A companhia aérea assinou, em conjunto com o Grupo Comporte, do acionista controlador, protocolo de intenções não-vinculante com a Avolon para aquisição e/ou arrendamento de 250 aeronaves.
Hering – A Cia Hering (SA:HGTX3) informa que a Verde Asset Management passou a deter 16.339.400 ações, equivalente a 10,05% dos papéis emitidos pela companhia. A participação é representada exclusivamente por ações ordinárias detidas à vista.
Petz (SA:PETZ3) – A Petz informou que recebeu a carta de renúncia de Diogo Ugayama Bassi ao cargo de Diretor Financeiro (CFO) e de Relações com Investidores.
O conselho de administração elegeu Aline Ferreira Penna Peli para as funções.
Raízen (SA:RAIZ4) – A Raízen anunciou sua primeira venda de longo prazo para gás natural renovável, ou biometano, com a Yara Brasil Fertilizantes, em um contrato de cinco anos, conforme comunicado divulgado nesta segunda-feira.
O volume envolvido na transação é de 20 mil metros cúbicos por dia, acrescentou a companhia que é controlada pela Cosan.
Rumo – A Rumo Logística (SA:RAIL3) assinou um contrato para a construção da primeira ferrovia estadual de Mato Grosso, com investimento estimado entre R$ 9 bilhões e R$ 11 bilhões.
O trecho será construído no regime de autorização. Diferentemente das concessões, o modelo prevê que 100% dos riscos fiquem nas mãos da iniciativa privada.
EUA
O início de construção de moradias nos Estados Unidos aumentou mais do que o esperado em agosto, provavelmente impulsionado pelo alívio nos preços da madeira, embora a escassez de terrenos e de mão de obra continue pesando.
O início de construções subiu 3,9%, para uma taxa anual ajustada sazonalmente de 1,615 milhão de unidades no mês passado, informou o Departamento do Comércio nesta terça-feira.
Os dados de julho foram revisados para cima para uma taxa de 1,554 milhão de unidades, de 1,534 milhão informado antes.
Economistas consultados pela Reuters projetavam recuperação do início de construção para uma taxa de 1,555 milhão de unidades.
Europa
Os preços das moradias, que atualmente não fazem parte dos dados de inflação da zona do euro, teriam elevado persistentemente os preços ao consumidor nos últimos anos, mostrou um estudo publicado pelo Banco Central Europeu nesta terça-feira, destacando o desconforto das autoridades com o indicador atual.
Uma vez corrigida para incorporar os custos de habitação, a inflação da zona do euro teria atingido ou mesmo excedido a meta do BCE em alguns anos, mesmo quando o banco estava fornecendo um estímulo extraordinário para elevar os preços, mostraram os dados do estudo.
O documento, parte da recente revisão da estratégia do BCE, concluiu que os custos de habitação teriam levado a leituras de inflação “persistentemente mais altas” desde cerca de 2014 e, entre 2018 e 2020, a inflação teria sido cerca de 0,2 a 0,3 ponto percentual mais elevada.
China
O BoFA Securities reduziu nesta terça-feira (21) sua projeção para o crescimento econômico da China para os próximos três anos devido à combinação do surto da variante Delta do coronavírus e da intensificação dos controles sobre os setores imobiliário e de infraestrutura.
O banco de investimentos norte-americano disse que sua nova projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto chinês neste ano foi reduzida a 8,0%, de 8,3%. Para 2022 a estimativa passou a 5,3% de 6,2% e em 2023 foi a 5,8% de 6,0%.
Covid-19
O Brasil chegou à marca de 590.955 mortes por Covid-19, segundo o Ministério da Saúde.
Em 24 horas, até às 17:20 de ontem (20), foram acrescidos aos dados 203 óbitos e 7.884 novos casos. No total, 21.247.667 de casos já foram confirmados no país.
Na última atualização do painel de vacinação do Ministério da Saúde, o sistema marcava 222,4 milhões de doses aplicadas, sendo 141,8 milhões da primeira dose e 80,5 milhões da segunda dose e dose única. Nas últimas 24 horas, foram aplicadas 293,7 mil doses.
Quando considerados apenas os dados consolidados no sistema do Programa Nacional de Imunizações (PNI), foram aplicados 210,5 milhões de doses, sendo 134,7 milhões da primeira dose e 75,8 milhões da segunda dose e dose única.
Segundo o painel, 11,9 milhões de doses de vacina aguardam registro, sendo 6,9 milhões de primeira dose e 4,8 milhões de segunda dose e dose única.
Ainda conforme o painel de vacinação, foram distribuídos 267,6 milhões de doses, sendo entregues 264,7 milhões de doses e 2,9 milhões de doses estão em processo de distribuição.
Com informações de Agência Brasil, Agência Câmara, Investing.com e Reuters.