Por Andrei Khalip, da Reuters – O governista Partido Socialista sofreu uma surpreendente derrota nas eleições municipais de Portugal realizadas no domingo, ao perder em Lisboa após 14 anos, embora continue a ser o maior partido no país, embora continue a ser o maior partido no país, após uma votação que abrangeu mais de 300 municípios.
Carlos Moedas, ex-comissário europeu de Pesquisa, Ciência e Inovação, do Partido Social-Democrata (PSD), principal partido da oposição, venceu em Lisboa por apenas um ponto percentual, garantindo 34,25% para a aliança de centro-direita com o conservador CDS-PP.
"Começamos hoje um novo ciclo… que acredito que começa em Lisboa, mas não terminará em Lisboa", disse Moedas, que pretende fazer da cidade uma "fábrica de unicórnios" para startups de tecnologia, no seu discurso de vitória na madrugada na segunda-feira.
O primeiro-ministro português, António Costa, ex-presidente da Câmara de Lisboa, equivalente a prefeito, disse ter ficado decepcionado com a derrota do seu partido na capital.
"É lamentável, mas é assim que funciona a democracia. Como todos sabem, a derrota foi inesperada… Sinto-me frustrado, obviamente", disse ele.
Mas globalmente, com 99% dos votos contados, os socialistas obtiveram 34,4% dos votos e 147 municípios em Portugal, bem à frente do PSD, que obteve 24% por si só ou em aliança com o CDS-PP.
O resultado é ligeiramente inferior ao alcançado pelos socialistas nas últimas eleições parlamentares em 2019 e nas eleições municipais anteriores em 2017.
O Partido Comunista ficou em terceiro lugar com 8,2% e o Bloco de Esquerda obteve apenas 2,8%.
O partido de extrema-direita Chega, cuja ascensão desde a eleição do seu primeiro deputado em 2019 abalou o panorama político, ganhou apenas 4,2% dos votos e nenhum município, ficando muito aquém do seu objetivo de se tornar a terceira maior força política de Portugal.