Quando falamos de tecnologia, pensamos em como ela impacta gradativamente o desenvolvimento dos produtos que compramos, a forma em que nos relacionamos em sociedade, entre outros fatores. Com o mundo dos negócios não poderia ser diferente.
Ao longo da última década, ouvimos muito sobre as startups – empresas em fase inicial que possuem propostas de negócio inovadoras, com grande potencial de crescimento e que utilizam a tecnologia como base. Mas o crescimento desses negócios motivou a criação de um outro conceito: scale-up company.
O que significa?
São chamadas scale-ups as organizações com um modelo de negócios altamente escalável, ou seja, empresas que já passaram do estágio de startups.
Segundo Raphael Prata, líder da área de investimentos da Blue3, para se enquadrar a esse conceito, uma empresa deve apresentar um crescimento médio de 20% ao ano por três anos consecutivos, tanto em número de funcionários quanto de receita.
Que benefícios essas empresas trazem?
Prata afirma que essas empresas surgem de modo a solucionar problemas da “economia real”, que são “serviços que são utilizados no dia-a-dia das pessoas e apresentam ineficiência”.
De acordo com os primeiros dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre essas empresas, publicados em Scale-Ups no Brasil — As empresas que vão tirar o país da crise (e o que você precisa saber sobre elas), no ano de 2015, o país contava com cerca de 35.000 scale-ups – o equivalente a menos de 1% do total de empresas brasileiras à época.
São alguns exemplos de scale-up as empresas Healthways Brasil, Grupo FX, Loggi, 99, iFood, Gympass e Banco Inter.
Quais são os desafios para a consolidação das scale-ups?
Raphael Prata afirma que, por ter concluído uma etapa à frente de onde estão as startups, uma scale-up inspira mais confiança tanto em investidores quanto clientes, pela consolidação dos produtos fornecidos e resultados financeiros apresentados.
Para quem deseja que a sua empresa se torne uma scale-up — ou caso já tenha o seu negócio enquadrado nesse conceito —, algumas dicas são valiosas para que os objetivos da companhia sejam alcançados como “a contratação de profissionais que implementem e sustentem a inovação dos serviços oferecidos, o fácil acesso a crédito para acelerar investimentos, um bom marketing e a preparação de novos líderes”, recomenda.
Como investir em scale-ups?
Os investimentos nessas empresas são feitos majoritariamente por investidores-anjos – profissionais ou empresários bem sucedidos que apoiam empresas iniciantes não somente com capital financeiro, mas também intelectual.
Mas, segundo Prata, há outra modalidade de investimento nesses negócios, mais comum e que tem crescido bastante: o Private Equity.
“Trata-se de um grupo de pessoas que se reúne e constitui um fundo que capta recursos com investidores, encontram essas empresas e vão investir nelas”, explica.
E como os investidores ganham dinheiro? Há duas saídas, afirma o executivo: “Ou vender uma empresa para um player maior, que vai comprar uma participação ou fazer fusão, ou abrir capital na Bolsa de Valores”.
Vale a pena investir nessas empresas?
Para responder essa pergunta, você deve estar consciente da sua tolerância ao risco, que varia conforme o seu perfil de investidor: conservador, moderado ou agressivo.
“É importante que você analise o produto – algo que o nosso escritório da Blue3 faz – para estudar o percentual máximo do patrimônio a ser alocado nesse tipo de produto e assim não correr nenhum risco”, conclui.