Por Hugh Bronstein, da Reuters – As chuvas no centro da Argentina ajudaram os agricultores a plantar 23,2% da área prevista de milho de 2021/22, disse a bolsa de Buenos Aires nesta quinta-feira (14), enquanto os produtores lutam com uma nova política de exportação que dizem que poderia forçá-los a plantar menos.
As principais províncias produtoras de milho, como Córdoba, estão desfrutando de boa umidade do solo, disse a bolsa em seu relatório semanal. A Argentina é o segundo maior exportador mundial de milho, depois dos Estados Unidos.
As exportações de milho permanecem "abertas", apesar de uma política anunciada esta semana que prioriza as safras já colhidas em vez das vendas futuras da próxima safra, disse o Ministério da Agricultura na terça-feira.
De 55 milhões de toneladas de milho que devem ser colhidas nesta temporada, um recorde de 38,5 milhões foi vendido, à medida que os produtores correm para garantir os altos preços internacionais, enquanto os custos agrícolas são pressionados pela alta inflação.
Os agricultores consideraram a nova política uma intervenção desnecessária no mercado. Eles dizem que o objetivo é desacelerar os aumentos dos preços domésticos dos alimentos antes da eleição para o Congresso de novembro, depois que os peronistas no poder foram derrotados nas primárias do mês passado.
Grupos de agricultores disseram que a política vai colocar pressão para baixo no plantio de milho nesta temporada. Mas Esteban Copati, analista-chefe da bolsa de Buenos Aires, disse que muitos produtores já tomaram suas decisões de plantio para 2021/22.
A inflação está em 52,5% ao ano na Argentina. Os preços ao consumidor saltaram 3,5% somente em setembro.