As notícias sobre a alta ou a queda do dólar protagonizam o noticiário econômico desde o final da Segunda Guerra Mundial, quando a moeda emergiu como a principal referência do mercado internacional.
A partir da última década, porém, uma classe de ativos que une o conceito por trás das moedas à tecnologia blockchain tem chamado cada vez mais atenção dos investidores.
As criptomoedas começaram timidamente e provocando muita desconfiança, mas, com os avanços no setor, acumulam um valor de mercado de US$ 3 trilhões, de acordo com o portal CoinGecko. Seu expoente mais famoso, o bitcoin, vale cerca de R$ 352 mil reais atualmente.
Apesar das cifras elevadas, ainda não é possível dizer se um dia as moedas digitais substituirão as tradicionais na vida cotidiana e passaremos a pagar as compras do mercado com bitcoin, mas parte dos investidores já começa a fazer essa opção em sua carteira de investimentos.
Se você está na dúvida entre investir em câmbio — seja por meio do dólar ou de outras moedas — ou criptomoedas, veja abaixo as vantagens e desvantagens de cada uma dessas categorias de moedas.
Câmbio — tradição e proteção
O câmbio, como indica o nome, consiste na operação de troca entre duas moedas de países diferentes Se você já viajou para os Estados Unidos e precisou transformar seus reais em dólares, por exemplo, já realizou uma operação de câmbio.
Mas essa compra e venda de moedas é apenas um exemplo do que é possível dentro da categoria. Os investimentos também incluem outros tipos de ativos além do dinheiro físico, como os fundos cambiais e as operações no mercado futuro.
Quem opta por alguma dessas opções busca se antecipar às flutuações da taxa de câmbio — cálculo que utiliza o preço de uma moeda estrangeira medido em moeda nacional — e lucrar com a alta ou queda de uma moeda.
Moeda física, fundos e derivativos: vantagens e desvantagens de operar com câmbio
Como antecipado, as três formas mais populares para investir em câmbio são a compra e venda de moedas físicas, os fundos cambiais e as operações no mercado futuro, também conhecidas como derivativos.
Entre elas, a menos indicada é a de moedas físicas.
Além de incluir taxas como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), spread e mais nas operações, quem aposta nessa modalidade deve considerar os riscos de furto e degradação do papel e a perda de rentabilidade com o capital parado, fora de qualquer tipo de aplicação.
Já os fundos cambiais são produtos que aplicam, no mínimo, 80% de seu patrimônio em ativos ligados às moedas estrangeiras. Uma de suas principais vantagens é a gestão profissional, que livra o investidor da análise das operações e garante um time qualificado no controle do dinheiro.
Outro ponto importante é a diversificação dos ativos, que garante a proteção do investimento em momentos de oscilação do mercado.
Para ter acesso ao produto, porém, é necessário arcar com taxas de administração e performance cobradas pela gestoras, além do Imposto de Renda, IOF e outros tributos inclusos.
Também é possível investir em câmbio com contratos futuros. Esse tipo de operação considera o direito de comprar ou vender o ativo em um data futura por um preço previamente determinado.
Ou seja, o investidor aposta em quanto a moeda valerá em uma determinada data e lucra (ou perde) com a alta ou baixa do mercado.
Entre os principais pontos positivos de operações desse tipo estão a diversificação e liquidez no portfólio, assim como a rentabilidade dos investimentos em um prazo curto de tempo.
Os riscos, por outro lado, residem na volatilidade do câmbio, incluindo o ajuste diário das moedas e alteração de margem dos contratos.
Criptomoedas — inovação gera desconfiança
Assim como o real, o dólar ou o euro, as criptos também são um meio de troca. A diferença entre elas e o dinheiro tradicional é a utilização da tecnologia de blockchain e da criptografia para assegurar a validade das transações e limitar a emissão de novas unidades.
Ao contrário do nosso real, por exemplo, e outras moedas tradicionais, as criptomoedas não são emitidas por nenhum tipo de governo.
Seu surgimento se dá por meio do processo de mineração: computadores com alta capacidade de processamento solucionam problemas matemáticos complexos e, dessa forma, verificam as transações com os ativos. A recompensa pela solução dos problemas vem em forma de novas moedas digitais.
Porém, apesar de todas as diferenças, as criptomoedas são utilizadas com dois dos mesmos objetivos que as tradicionais: meio de troca em transações comerciais e reserva de valor.
Como investir em cripto
No campo da reserva de valor, as formas mais conhecidas para investimento em cripto são a compra e venda dos ativos e os fundos de investimento.
Além deles, também é possível apostar em fundos que replicam o desempenho de índices, os ETFs, ou em tokens — outro tipo de ativo digital lastreado ou não em criptomoedas.
A negociação direta das moedas digitais é feita por meio de corretoras especializadas, as exchanges. Algumas das principais vantagens dessa modalidade são três fatores que superam as condições encontradas em fundos de investimentos: diversidade de ativos disponíveis, flexibilidade nos dias e horários de negociação e liquidez.
Um ponto negativo, no entanto, é a custódia da carteira de criptomoedas. Com as exchanges cada vez mais na mira de cibercriminosos, muitos investidores optam por guardar seus ativos fora das corretoras e, caso percam suas senhas e mecanismos de recuperação, podem ter seus ativos perdidos para sempre.
O investimento por meio de fundos funciona de maneira similar aos produtos do tipo voltado para ações ou mercado imobiliário. O investidor compra as cotas disponíveis nas plataformas tradicionais e estará exposto a benefícios e riscos muito próximos ao dos fundos cambiais.
Aqui vale destacar que a gestão profissional portfólio é especialmente vantajosa quando se trata dos ativos digitais. Com as meme coins, moedas feitas a partir de um meme e sem valor inerentemente, cada vez mais populares, encontrar criptomoedas com projetos sérios e que podem render bons frutos é um desafio para poucos.
Por fim, outro tipo de investimento cripto são os ETFs disponíveis na B3. Desde o início desse ano, a bolsa brasileira conta com vários fundos que seguem o desempenho de índices ligados aos ativos ou as cotações de moedas digitais específicas.
Os fundos de índice costumam exigir investimentos iniciais inferiores aos dos fundos tradicionais e também cobram taxas de administração mais baixas do que outros produtos.
Essas vantagens, aliadas ao fato de que os ETFs também ficam a cargo de gestores profissionais, tornam essa uma das opções mais indicadas para os iniciantes no universo cripto.