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3º tri: 64% dos balanços corporativos vieram acima das expectativas, diz XP; veja destaques

XP classifica resultados como sólidos, apesar de essa ter sido uma temporada mais fraca que as anteriores

XP - Reprodução
XP - Reprodução

A temporada de divulgação dos resultados do 3° trimestre deste ano das empresas listadas na Bolsa, iniciada na semana do dia 22 de outubro, foi encerrada na semana passada após todas as companhias do Ibovespa reportarem seus números.

Segundo a XP, essa foi uma temporada mais fraca que as anteriores, mas os resultados do terceiro trimestre podem ser classificados como sólidos.

64% das empresas reportaram lucros operacionais (Ebitda) acima do esperado pela XP. 11% foram em linha, e os 26% restantes abaixo das projeções.

Já em relação ao consenso de mercado, 60% dos resultados vieram acima dos números projetados pelo mercado, 2% em linha, enquanto 38% foram abaixo das estimativas.

Quanto à receita, 55% das empresas superaram as expectativas da corretora. 26% foram em linha e 19% vieram abaixo.

Além disso, o EBITDA e a receita das empresas superaram as estimativas da XP, na média, em 6,5% e 6,7%, respectivamente.

A XP destaca as empresas dos setores de Agro, Alimentos e Bebidas, Bancos, Imobiliário, Varejo, Saúde, Educação, Transporte e Logística, Bens de Capital e Small Caps entre as que reportaram lucros operacionais acima das expectativas.

De destaques negativos, grande parte das empresas de Mineração e Siderurgia desapontou as estimativas.

No terceiro trimestre, o Lucro por Ação (LPA) das empresas do Ibovespa caiu 30%, quando comparado ao trimestre anterior, e cresceram mais de 2x em relação ao mesmo período do ano passado, em grande parte explicado pela base de comparação bem fraca por conta da crise da pandemia.

Segundo dados do Bloomberg, para o ano de 2021, os analistas agora estimam um crescimento de mais de 3x nos lucros das empresas em relação ao ano passado.

Apesar desses fortes resultados na temporada de resultados, a reação nos preços das ações foi negativa de forma geral, seguindo o movimento do mercado.

As empresas que surpreenderam as estimativas do consenso quanto aos lucros operacionais e receita tiveram um desempenho médio de -0,3% e -2,6%, respectivamente, um dia depois de cada divulgação.

Enquanto isso, as companhias que desapontaram as expectativas foram mais penalizadas, com uma média de desempenho de -3,6% e -2,5% para os mesmos indicadores.

E o índice Ibovespa, por sua vez, registrou uma queda de 3,1% desde o início da temporada, sendo pressionado por um aumento de incertezas políticas e riscos fiscais desde então.

Destaque dos setores

O destaque desta temporada de resultados foi o setor de Agro, Alimentos e Bebidas, segundo a XP.

A Marfrig (MRFG3) foi fortemente beneficiada pelo desempenho dos EUA e pela alta dos preços das commodities e registrou números recordes em suas operações nos Estados Unidos e na América do Sul.

A São Martinho (SMTO3) teve um trimestre robusto com o lucro bruto crescendo 92,3% para R$ 636,6 milhões, enfatizando o bom momento do setor de açúcar e etanol, que mais do que compensou os efeitos da seca.

Em Siderúrgica e Mineração, a mineração decepcionou as expectativas, incluída a Vale (VALE3), que relatou resultados operacionais piores do que o esperado, causados principalmente por preços de minério de ferro realizados abaixo do esperado.

Metais teve desempenho superior, incluída a Gerdau (GGBR4) que apresentou números operacionais melhores do que o esperado, devido aos maiores volumes em todas as áreas e ao aumento da receita por tonelada, refletindo o forte desempenho da indústria do aço nas principais divisões de negócios onde atua.

Já em Papel e Celulose, a Irani (RANI3) reportou Ebitda ajustado de R$ 140 milhões, 3% acima das estimativas da XP (+18% trimestre a trimestre, +152% ano a ano).

No Varejo, o principal destaque foi o segmento de alta renda discricionária, com Vivara (VIVA3) e Grupo Soma (SOMA3) com fortes resultados e o segmento atacarejo, com forte crescimento de receita e melhor rentabilidade do Assaí (ASAI3).

Farmácias como d1000 (DMVF3), Pague Menos (PGMN3) e Raia Drogasil (RADL3) também apresentaram resultados sólidos, beneficiadas pelo impacto positivo do reajuste de medicamentos e parcialmente explicado pela base mais fraca em 2020.

Em Tecnologia, Mídia e Telecomunicações, a Bemobi (BMOB3) se destacou. A Bemobi apresentou um resultado forte e acima do esperado no terceiro trimestre, com a receita líquida e o EBITDA ajustado num crescimento de 21% e 22%, respectivamente, no comparativo anual.

O setor Imobiliário também se beneficiou do processo de reabertura econômica.

A BrMalls (BRML3) deu continuidade ao processo de recuperação no segundo trimestre após a reabertura de seus shopping centers no período.

A Multiplan (MULTI3) também obteve bons resultados operacionais no segmento de shoppings, operando em torno de 98,7% do horário normal no 3T21.

No setor de Saúde, Hypera (HYPE3) reportou um lucro líquido recorrente de R$ 465 milhões no 3T21 (+34,5% ano a ano; 7,6% acima das projeções da XP), causado principalmente por um forte aumento nas receitas impulsionado pelo crescimento orgânico e também pela aquisição das carteiras Buscopan e Takeda.

Nos resultados do setor de Educação, Ânima (ANIM3) surpreendeu, com alto lucro líquido ajustado, lastreado principalmente em aquisições e aumento de alunos e elevada margem EBITDA, apoiada por custos docentes e diluições de despesas corporativas.

A maioria das empresas do setor de Bancos apresentou resultados acima de nossas expectativas, beneficiadas pelo aumento da taxa de juros do crédito e estabilidade em suas despesas operacionais.

O Banco do Brasil (BBSA3) apresentou resultados bem acima das expectativas, com aumento do lucro líquido 18% acima das estimativas da XP. Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) apresentaram lucro líquido 8% acima das projeções da corretora.

Por fim, no setor de Transporte e Logística, as locadoras de automóveis apresentaram bons resultados, com destaque para a Movida (MOVI3), impulsionada pelo forte desempenho do aluguel de frotas e pela dinâmica positiva da venda de seminovos.

No setor de Bens de Capital, a WEG (WEGE3) apresentou lucro quase 9% acima das expectativas, refletindo um desempenho positivo, tanto do mercado interno quanto do externo.