Disciplina financeira

Primeira parcela do 13º salário deve ser paga até hoje (30); como utilizar melhor o dinheiro?

O que fazer primeiro: solucionar dívidas, aumentar as despesas mensais com alimentação, higiene e serviços ou destinar mais recursos para atividades de lazer?

- Foto: Mikhail Nilov/ Pexels
- Foto: Mikhail Nilov/ Pexels

Os trabalhadores com carteira assinada recebem o adiantamento da primeira parcela do 13º salário até esta terça-feira (30). A segunda parcela, por sua vez, precisa ser depositada em conta até o dia 20 de dezembro.

A primeira parte representa metade do salário que o funcionário ganha.

Aqueles que pediram o adiantamento do 13º nas férias não recebem a primeira parcela neste mês (pois já receberam), apenas a segunda.

Nessa hora, muitos brasileiros ficam em dúvida sobre quais gastos priorizar com o dinheiro extra que cai em conta. O que fazer primeiro: solucionar dívidas, estender as despesas mensais com alimentação, higiene e serviços ou destinar mais recursos para o supérfluo como atividades de lazer?

Para não gastar mais do que ganha, há quem defenda modelos de distribuição da renda em percentuais fixos como, por exemplo, 50% para gastos essenciais como moradia, alimentação e transporte; 30% para supérfluos como roupas ou sair para jantar fora; e os 20% restantes para guardar, para criar o hábito de separar o valor imediatamente quando receber o dinheiro.

Contudo, Edson Zedebski, professor de finanças do ISAE Escola de Negócios, relembra a diferente realidade das famílias brasileiras. "O grande problema dessa dica é que nunca, ou quase nunca, é aplicável à realidade da maioria das pessoas. Cada família deve constatar sua situação para poder estudar o quanto é possível destinar para cada item, identificando quais gastos podem e devem ser diminuídos no futuro", afirma.

Com a projeção de que o salário mínimo chegue a R$ 1.210,00 em 2022, segundo estimativas do Ministério da Economia, Zedebski recomenda cautela. 

"Não se pode perder de vista a realidade dos fatos, pois tal projeção estará apenas cumprindo o que é estabelecido pela Constituição Federal, ou seja, acompanhar a inflação acumulada com o objetivo de manter o poder de compra, sem qualquer ganho real", aponta.

"A grande questão a considerar é que, sem aumento real, há uma significativa defasagem que está se acumulando e certamente causa dificuldades cada vez maiores para as famílias de baixa renda. E para completar o cenário, estamos vivendo um período no qual o aumento da inflação tem sido contínuo", complementa.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com a Pesquisa de Orçamentos Familiares em 377 produtos e serviços, cerca de 60% dos itens têm aumentado todos os meses.

A cesta básica, composta por treze itens, compromete atualmente quase a metade do valor do salário mínimo, enquanto em 2017 comprometia em torno de 37% dele.

"A expectativa no Brasil é de estagnação na renda das famílias, impactada também pelo fim do auxílio emergencial, que não deverá ser compensado com geração de empregos", comenta o especialista.

Além dos alimentos, gasolina e energia elétrica também comprometem o bolso dessas famílias.

Por isso, o especialista separou seis dicas para melhor aproveitar o salário:

• Caso haja possibilidade de poupar algum valor e constituir uma reserva para arcar com despesas não previstas, poupe.
 

• Compare preços e experimente marcas menos conhecidas para cortar gastos com supermercado.
 

• Fique atento a promoções em estabelecimentos próximos de casa ou do trabalho, a fim de economizar com o deslocamento.
 

• Aproveite o horário final de feiras livres, popularmente conhecido como a hora da xepa, em que quase todos os produtos acabam sendo vendidos por um preço mais baixo.
 

• Priorize proteínas (ovos e frango) e hortaliças, diminuindo carboidratos.
 

• Compre produtos de limpeza em embalagens maiores, de cinco litros, e redistribua em embalagens menores, diluindo com água e reaproveitando as embalagens pequenas.

Com informações de P+G Comunicação Integrada.