Análise

PIB deve vir mais fraco no 4T21 com recuperação perdendo força, dizem bancos

O Bank of America Corp (NYSE:BAC) (SA:BOAC34) (BofA) destaca que o PIB brasileiro se encontra levemente abaixo do patamar pré-pandemia, mas que a tendência é que o 4T21 continue apresentando uma redução na atividade econômica do país

- Marcello Casal Jr/Agência Brasil
- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – O Produto Interno Bruno (PIB) encolheu 0,1% no terceiro trimestre de 2021, sendo essa a segunda queda consecutiva. Considerando que os dados do 2T21 foram revisados para -0,4%, isso colocaria o Brasil em recessão técnica.

O Bank of America Corp (NYSE:BAC) (SA:BOAC34) (BofA) destaca que o PIB brasileiro se encontra levemente abaixo do patamar pré-pandemia, mas que a tendência é que o 4T21 continue apresentando uma redução na atividade econômica do país. Isso, por causa da ruptura da cadeia de suprimentos global e o cenário doméstico adverso com forte aperto monetário e aumento das incertezas fiscais.

O PIB real cresceu 4% no 3T21 na comparação anual e para o UBS, o Brasil, que teve uma contração pequena na pandemia, apresentou uma recuperação mais rápida do que outros países. O cenário atual, segundo os analistas do banco, mostram que a economia brasileira perdeu força depois de uma recuperação em V.

Notícias negativas em relação às contas públicas e sua provável deterioração no longo prazo, em meio às eleições de 2022, colaboram para a piora da confiança empresarial, na visão do UBS. O quadro geral fica ainda mais complicado levando em conta que a inflação e o desemprego prejudicam o lado do consumidor.

Entre os destaques do PIB está o setor agropecuário, que sofreu uma retração de 8% no trimestre, com clima adverso prejudicando a segunda safra de milho e a produção de café, destaca o banco Inter. Com a queda de algumas commodities, a exportação recuou 9,8% ante trimestre anterior.

Para o BofA, esse cenário econômico reduz as chances de uma aceleração do ritmo de aumento da taxa Selic nos próximos meses. A previsão do banco é que a Selic chegue a 10,75% a.a. no final do 1T22.

Previsões para o PIB

O Inter (SA:BIDI11) aponta para tendências positivas para 2022, como o câmbio real depreciado que, mesmo com a inflação alta, sugere competitividade da produção local e bom desempenho das exportações. Além disso, a agropecuária deve se recuperar com uma produção recorde de milho e soja. O Inter espera para o PIB um crescimento de 4,8% para 2021 e de 0,5% para 2022.

Com base nos resultados do 3T21 e no cenário atual, o BofA revisou a sua projeção de crescimento do PIB de 5,2% para 4,9% em 2021, e para 2022, reduziu de 2,1% para 1,1%. O banco também não destaca fazer novos cortes nas suas previsões, caso a retomada econômica continue enfraquecida.

O UBS é menos otimista e reduziu a sua projeção de PIB para 2021 de 5,1% para 4,5%, e para 2022, a previsão é 0,6%. Enquanto isso, o Itaú (SA:ITUB4) projeta uma alta de 4,7% em 2021 e espera que o PIB encolha 0,5% em 2022, por causa dos juros mais altos e seu impacto sobre setores sensíveis ao crédito.

Por fim, o banco Original espera que o PIB avance 4,8% neste ano e que cresça 0,5% no próximo ano.