Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – O próximo ano será marcado pelo quadro inflacionário global, o ritmo da retomada econômica e o calendário político, segundo o BTG Pactual Digital (BPAC11).
Para os analistas do banco digital, esses temas devem se sobrepor à pandemia do coronavírus, que vinha ditando o humor dos mercados até então.
A inflação elevada no Brasil demanda uma taxa Selic mais alta, o que por um lado ajuda a valorizar o real, mas por outro reduz a atividade econômica, o que deve gerar um PIB próximo da estabilidade, segundo os analistas.
Para 2022, a previsão é que o IPCA fique em 4,6%, acima da meta 3,5%, mas dentro do teto de 5%. O BTG Pactual Digital, porém, não descarta a possibilidade de uma inflação maior, ocasionada pelo câmbio depreciado.
As eleições presidenciais em outubro devem trazer grande volatilidade para o mercado interno, especialmente por causa das incertezas sobre os rumos do Brasil no longo prazo. A expectativa do banco é que o dólar gire em torno dos R$ 5,60 no próximo ano.
No cenário internacional, dezembro de 2021 ainda traz dados relevantes para guiar os caminhos de 2022, como a nova reunião do FOMC nos Estados Unidos, que deve trazer uma aceleração do ritmo do tapering – redução dos estímulos monetários.
A previsão também é que a política monetária do Federal Reserve seja mais hawkish (de aperto monetário) nos próximos meses, visto que a finalização da compra de ativos deve ser seguida pelo início do ciclo de alta de juros.
Com esse cenário, as divisas emergentes, incluindo o real, devem ficar mais desvalorizadas. A desaceleração da economia chinesa também deve afetar a moeda brasileira, por causa da redução de investimentos da China em países emergentes.
Além disso, a situação no país asiático pode afetar as exportações de commodities brasileiras, uma vez que a demanda chinesa tende a se estabilizar. Ainda assim, o BTG Pactual Digital destaca que os preços dessas mercadorias tendem a continuar em uma patamar elevado.