Por Regis Borges e Camila Chabar*, para Agência EY – Até 2025, os impactos negativos da mudança mundial do clima podem chegar a US$ 1,7 trilhão por ano, segundo projeções de especialistas.
No ano passado, o Fórum Econômico Mundial em Davos incluiu pela primeira vez a mudança climática como parte dos maiores riscos globais, posicionando a mudança do clima como um assunto tão importante quanto os já tradicionais riscos corporativos.
Trata-se de uma clara demonstração sobre como o mundo corporativo está atento às questões climáticas.
Desta forma, além de fortalecer a agenda ESG (meio ambiental, social e governança), abrir caminho para ações de descarbonização e adaptação à mudança do clima tornou-se algo necessário e urgente nas grandes corporações empresariais.
O sistema financeiro é um setor que pode exercer papel fundamental nessa questão e tem o privilégio de agir como um agente importante para a economia de baixo carbono. Tem em mãos a possibilidade de direcionar recursos para o caminho de resiliência ao clima e incentivar o movimento para o planejamento climático de seus clientes e fornecedores
O exemplo claro dessa dinâmica são as novas regulamentações do Banco Central (BC), publicadas em setembro de 2021, que versam sobre os riscos climáticos e colocaram, de maneira definitiva, a agenda ESG e a mudança climática na pauta dos bancos.
Atualmente, os principais bancos brasileiros já reportam as suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) e muitas das organizações seguem as recomendações do Task Force on Climate Related Financial Disclosures (TCFD).
Porém, ainda há grandes desafios a serem superados, tais como: inserir o risco climático na estratégia da instituição; influenciar clientes e fornecedores; implantar uma governança e uma estrutura que atendam os requisitos de todas as regulamentações; divulgar informações consistentes, compreensíveis e comparáveis; comunicar de forma clara e transparente as ações.
A preservação do planeta é determinante para a sobrevivência de todos e todas nós. Para isso é necessário direcionar recursos e forças para ações que tenham como objetivo a sustentabilidade.
Mais do que nunca, empresas preocupadas apenas com o lucro colocam a própria credibilidade em risco ou mesmo estão fadadas ao fracasso. As novas gerações agradecem nossa preocupação e o nosso esforço nesse sentido.
*Regis Borges, gerente sênior para Mudanças Climáticas e Sustentabilidade da EY.
*Camila Chabar, gerente de serviços para Mudanças Climáticas e Sustentabilidade da EY.