Commodities

Petróleo recua e reverte ganhos com cautela contra Covid-19

Às 14h03, os contratos futuros do petróleo Petróleo WTI eram negociados com baixa de 1,12%, a US$ 71,57 por barril, enquanto os contratos do Brent apresentavam queda de 1,13%, a US$ 74,96

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Por Peter Nurse, da Investing.com – Os preços do petróleo recuaram na quinta-feira, revertendo parte dos fortes ganhos da semana com o retorno de um certo grau de cautela por parte dos governos, que vêm implantando medidas para retardar a disseminação da variante ômicron da Covid.

Às 14h03, os contratos futuros do petróleo Petróleo WTI, cotado em Nova York e referência da commodity nos EUA, eram negociados com baixa de 1,12%, a US$ 71,57 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam queda de 1,13%, a US$ 74,96.

Na quarta-feira, o governo do Reino Unido anunciou novas restrições na Inglaterra, fazendo um apelo para que seus cidadãos trabalhem a partir de casa e utilizem máscaras em público, após um crescimento acentuado no número de casos de Covid.

A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido alertou que o país poderia registar 1 milhões de casos até ao final deste mês, dada a trajetória acelerada da propagação da variante ômicron.

Além disso, muitos países da Europa já impuseram restrições de mobilidade a suas populações, enquanto na Ásia, a Coreia do Sul registou um recorde de infecções, enquanto o número de casos permanece elevado em Singapura e na Austrália.

A ômicron representa atualmente 46% dos casos relatados a nível mundial, de acordo com Richard Mihigo, coordenador do Programa de Imunização e Desenvolvimento de Vacinas para a África da Organização Mundial de Saúde.

Soma-se ao sentimento pessimista do mercado de petróleo a notícia de que o número de americanos que deu entrada em novos pedidos de auxílio-desemprego caiu para o nível mais baixo em mais de 52 anos na semana passada, recuando em 43.000 pedidos, para um ajuste sazonal de 184.000 solicitações.

Com a inflação atuando em níveis recorde, essa forte leitura do emprego alavancou o dólar às vésperas da reunião do Federal Reserve na semana que vem, quando o banco central provavelmente acelerará seus planos para reduzir o estímulo à economia.

Um dólar forte afeta as commodities porque as torna mais caras para os consumidores estrangeiros, considerando-se que esses produtos são cotados na moeda norte-americana.

Os dados de inventário dos EUA divulgados na quarta-feira também impactaram os preços.

Os dados da Energy Information Administration mostraram que os estoques brutos haviam se reduzido em 240.000 barris na semana passada, bem menos do que o esperado após os dados do American Petroleum Institute, divulgados no dia anterior, terem refletido um consumo superior a 3 milhões de barris.

Dito isto, os dois valores de referência do petróleo seguem em alta de quase 8% nesta semana, recuperando-se após o tombo de 16% nos preços do Brent entre 5 de novembro e 1º de dezembro, após os relatos de que os casos da ômicron acarretavam apenas sintomas suaves e os fabricantes de medicamentos manifestaram confiança nas suas vacinas caso sejam usadas doses de reforço.