Retomada econômica

Confiança da construção alcança maior nível desde janeiro de 2014

Em médias móveis trimestrais, o índice variou 0,1 ponto, após ter caído no mês passado

- Fernando Frazão/Agência Brasil
- Fernando Frazão/Agência Brasil

O Índice de Confiança da Construção (ICST), do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), subiu 1,4 ponto em dezembro, para 96,7 pontos, maior nível desde janeiro de 2014 (97,8 pontos).

Em médias móveis trimestrais, o índice variou 0,1 ponto, após ter caído no mês passado.

“No último mês de 2021, a situação corrente dos negócios alcançou uma posição melhor do que antes da pandemia, embora ainda permaneça em posição que representa uma percepção de pessimismo moderado. A atividade cresceu na comparação com 2020 e 2019. O indicador recuperou a percepção de neutralidade, mas se mantém abaixo nível alcançado em dezembro de 2019”, observou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.

Segundo Castelo, os os empresários se mantêm cautelosos em relação às perspectivas para os negócios nos próximos meses e esse sentimento decorre da própria piora da conjuntura e de sua repercussão sobre variáveis chaves para o setor.

Em dezembro, o  resultado positivo do ICST refletiu a melhora das expectativas e da percepção dos empresários na avaliação sobre momento atual.

O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 0,8 ponto, para 92,8 pontos, maior nível de agosto de 2014 (93,0 pontos). A alta do ISA-CST foi influenciada principalmente pela melhora do indicador de carteira de contratos, que subiu 1,4 ponto, para 93,8 pontos. O indicador de situação atual dos negócios se manteve relativamente estável ao variar 0,2 ponto, para 92,0 pontos.

O Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 2,1 pontos, para 100,8 pontos, maior nível desde agosto deste ano (100,9 pontos). Esse resultado se deve à melhora do indicador de demanda prevista, que subiu 2,2 pontos, para 103,0 pontos, e do indicador de tendência dos negócios, que subiu 2,0 pontos, para 98,5 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção recuou 0,9 ponto percentual (p.p.), para 76,4%. A maior contribuição negativa veio do  Nuci de Mão de Obra, que diminuiu 1,1 p.p, para 77,5%, e o Nuci de Máquinas e Equipamente diminuiu 0,3 ponto percentual, para 69,8%.

Fatores limitativos 

Em 2019, a demanda insuficiente foi a maior limitação das empresas, uma vez que a atividade ainda era muito incipiente.

Em 2020, a demanda continuou a representar uma grande restrição, mas os impactos da Covid-19 ganharam destaque no quesito Outros – em abril recebeu 46% de assinalações.

Por fim, em 2021, com a recuperação dos negócios com mais fôlego, a demanda insuficiente perdeu protagonismo ao longo do ano. O custo da matéria-prima tornou-se, e ainda se mantém em dezembro, como um grande problema para a maioria das empresas.

“Com a desaceleração dos aumentos dos preços dos insumos industriais, esse quadro não deverá se repetir em 2022, mas, a piora da conjuntura pode aumentar a limitação representada pela demanda novamente”, observou Ana Castelo.