Febraban

Principal impacto da inflação na vida dos brasileiros é na hora de colocar comida na mesa

De acordo com o levantamento da Febraban, 69% dos brasileiros entrevistados afirmam que a alta da inflação está impactando na alimentação e no consumo diário de produtos de abastecimento doméstico

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O final de 2021 chega com a população cada vez mais pressionada pela inflação e sentindo os efeitos, principalmente, na hora de colocar a comida na mesa. É isso o que aponta a quarta edição do Radar Febraban, divulgado nesta terça-feira (28).

De acordo com o levantamento, 69% dos brasileiros entrevistados afirmam que a alta da inflação está impactando na alimentação e no consumo diário de produtos de abastecimento doméstico.

Realizada entre 19 e 27 de novembro, com 3 mil entrevistados em todas as cinco regiões do País, a pesquisa também revela que para 42%, o principal impacto da inflação é no preço do combustível e para outros 19%, a inflação piorou, sobretudo, o pagamento de serviços de saúde e remédios.

O levantamento segue citando juros do cartão de crédito (para 8%), passagem de transporte público (6%), pagamento da escola, faculdade ou outros serviços de educação (5%) e compra de veículos e imóveis (4%).

“A pesquisa mostra que a percepção sobre a inflação tem peso relevante pelo impacto direto no poder de compra e na qualidade de vida da população”, afirma o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), responsável pela pesquisa.

Porém, por outro lado, Lavareda diz que o levantamento sugere ainda que o desejo dos consumidores em comprar imóvel em 2022 pode animar o setor imobiliário no próximo ano.

Se sobrar um dinheirinho…

A afirmação de Lavareda baseia-se na continuação do levantamento. Quando se imagina um cenário de melhora da situação financeira e a pergunta aos entrevistados é o que eles fariam se sobrasse recursos do orçamento doméstico, a principal resposta foi: comprar um imóvel.

Essa foi a resposta de 35% dos entrevistados.Em seguida, 22% dos entrevistados responderam que desejariam fazer investimentos bancários, reforma da casa (18%), investimentos em educação pessoal e da família (17%) Veja mais:

Avaliação dos bancos

A pesquisa da Febraban também quis saber a avaliação dos entrevistados sobre as instituições bancárias.
A confiança nos bancos manteve o patamar de setembro, próximo a 60%. Apesar de algumas oscilações, permanece uma percepção positiva.

Com resultado bastante próximo ao dos bancos, a confiança nas fintechs sofreu inflexão de 3 pontos, saindo de 59% para 56%. Quanto às empresas privadas em geral, a confiança também apresentou estabilidade: 54%, mesmo resultado de setembro.

Da mesma forma, a percepção de contribuição positiva dos bancos para o desenvolvimento da economia brasileira saiu de 61% em setembro para 58%, acompanhando a estabilidade da confiança e mantendo-se acima do patamar registrado no primeiro semestre de 2021.

Quanto à geração de empregos, 51% percebem uma contribuição positiva dos bancos, o que representa uma diminuição de 3 pontos em relação à onda anterior (54%). Ainda assim, o patamar atual mantém-se mais favorável que o de março (40%) e junho (43%).

Permanece crescente a percepção de contribuição positiva dos bancos para ajudar o país, a população e seus clientes a enfrentarem a crise do coronavírus: 58% em dezembro, contra 57% em setembro, 52% em junho e 45% em março.

Um contingente de 48% reconhece uma contribuição positiva dos bancos na melhoria da qualidade de vida das pessoas, praticamente o mesmo resultado de setembro (49%).

O nível de satisfação da população bancarizada com o atendimento prestado pelos bancos se manteve praticamente no mesmo patamar de setembro, indo de 71% para 70% – muito satisfeitos 11% e satisfeitos 59%. Na outra ponta, 27% dos entrevistados dizem-se insatisfeitos com o atendimento bancário – muito insatisfeitos (7%) e insatisfeitos (20%).

PIX

Desde a implantação do PIX, sua aprovação teve crescimento expressivo, de 9 pontos, passando de 76% para 85% e já tem a adesão de 71% dos brasileiros.

O sucesso da modalidade é maior entre os mais jovens. Entre a população de 18 a 24 anos, quase a totalidade dos respondentes aprovam o PIX (99%). Já os que têm 60 anos ou mais mostram-se os menos entusiasmados, com aprovação de 65%.

De olho no golpe 

A pesquisa da Febraban mostrou que o número de brasileiros que já foram vítimas de golpes ou fraudes bancárias manteve-se estável no comparativo entre o levantamento de setembro (21%) e o atual (22%). O público com mais de 60 anos é o mais vulnerável (30%).

Dentre os que foram vítimas ou sofreram tentativa de golpe, pouco mais de dois terços (69%) não caíram na fraude, ao passo que 30% chegaram a ser vítimas, de fato, e perderam dinheiro.

O golpe mais comum é o de clonagem de cartão de crédito ou troca de cartões (48% dos casos, 2 pontos a menos que em setembro). Porém, chama atenção o expressivo aumento do golpe da central falsa, em que alguém pede seus dados por telefone: de 18% em setembro para 28% em dezembro. Esse tipo de ocorrência é mencionado principalmente na faixa de 45 a 59 anos (39%).