Energia Elétrica

Análise Levante - Engie Brasil divulga resultado abaixo do esperado para o segundo tri

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Por Eduardo Guimarães*

A Engie Brasil divulgou os números obtidos no segundo trimestre. O resultado da companhia do setor de energia foi regular e veio um pouco abaixo do esperado em termos de receita líquida, operacional e lucro líquido.

O principal destaque negativo foi a queda do resultado operacional devido aos maiores custos e despesas com compra e venda de energia.

Já do lado positivo, o destaque ficou por conta aumento na produção de energia.

Esperamos impacto negativo no preço das ações (EGIE3) no curto prazo. Entretanto, esse resultado mais fraco já era esperado, pois o segundo trimestre é sazonalmente mais fraco e a empresa adotou a estratégia de reduzir a posição vendedora de energia na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A quantidade total de energia vendida teve queda de 4,1% no trimestre para gigawatts-hora (GWh), resultado da diminuição da demanda nas comercializadoras de energia elétrica, mas atenuada pelo crescimento da venda para as distribuidoras de energia (aumento de 15,7%).

Com isso, a receita líquida da companhia atingiu 2,176 bilhões de reais, crescimento de apenas 1,9 por cento em relação ao mesmo período de 2018. No lado positivo, a companhia aumentou o preço da energia vendida em 4,8% no trimestre.

O Ebitda (métrica para verificar a geração de caixa operacional do negócio) totalizou 1,05 bilhão no trimestre, redução de 13,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Essa queda é explicada pelo aumento dos custos operacionais de 21,6%, sendo que a maior parte do aumento é consequência da elevação dos custos das operações de trading.

Na última linha, o lucro líquido atingiu 385,4 milhões de reais, redução de 34,6% em relação ao mesmo período de 2018.

O principal evento do trimestre foi a incorporação da Transportadora Associada de Gás (TAG) da Petrobras, com aumento bastante relevante no nível de endividamento.

A dívida líquida da Engie Brasil aumentou para 11,4 bilhões de reais em jun/19 (R$ 8,3 bilhões em mar/19). Com isso, o nível de endividamento, medido pela relação dívida líquida/Ebitda aumentou para 2,6 vezes no final de junho de 2019 (2,5 vezes no primeiro trimestre de 2019).

A compra da Transportadora Associada de Gás (TAG) da Petrobras diversificou a atuação da companhia, garantindo crescimento e sem elevar demais o nível de alavancagem financeira.

*Eduardo Guimarães é especialista em ações na Levante, empresa de recomendações, análises e carteiras de investimentos. Esta coluna é de inteira responsabilidade da Levante e não reflete, necessariamente, a opinião da SpaceMoney.