O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, voltou a destacar que os efeitos da reforma da Previdência só serão sentidos, de fato, no médio prazo. Segundo o secretário, o rombo da Previdência Social continua sendo a causa das sucessões de déficits primários do governo: “o déficit é uma realidade até o final deste governo”.
Segundo estimativas do Tesouro, as despesas obrigatórias do governo terão crescido cerca de 200 bilhões de reais no fim deste ano, em relação ao fim de 2016. Nessa mesma comparação, as despesas discricionárias terão caído 40 bilhões de reais.
Ainda, Mansueto afirmou que pretende descontingenciar entre 10 e 15 bilhões de reais para que os órgãos do governo federal consigam pagar as despesas até o final do ano. A notícia boa é que, segundo estimativas do economista, a meta fiscal para esse ano deve ser cumprida com folga – o governo deve entregar um déficit cerca de R$ 10-20 bilhões menor que a meta (R$ 139 bi).
O discurso do secretário do Tesouro denota as dificuldades de recuperação da maior crise já registrada na história do Brasil. Os resultados fiscais do governo corroboram com a visão de que o pior já passou, mas que ainda existem diversos desafios a serem enfrentados.
Nesse contexto, o trabalho de contenção de gastos vem sendo muito bem feito, mas requer paciência e confiança na retomada do crescimento econômico brasileiro.