O Banco Central (BC) vai adotar medidas para facilitar o uso de caixas eletrônicos, principalmente, para os clientes de fintechs e bancos digitais, seguindo a agenda de trazer mais competição ao sistema financeiro.
A regulamentação após a consulta pública que termina em 14 de fevereiro poderá dar ao órgão regulador o poder de proibir que redes, como o Banco 24Horas, cobrem taxas distintas entre as instituições financeiras, explicou o diretor de Organização do Sistema Financeiro do órgão, João Manoel Pinho de Mello.
O objetivo é supervisionar os serviços de caixas eletrônicos, e assim garantir condições de acesso mais igualitárias entre os bancos tradicionais e as instituições de pagamentos e fintechs.
A norma, explicou o diretor, também poderá permitir que clientes bancários façam operações como saques e depósitos nos caixas eletrônicos de bancos rivais usando suas próprias contas em outras instituições.
A medida do BC vem após bancos digitais e fintechs, que não têm agências físicas, reclamarem de que os grandes bancos do País têm usado suas redes físicas como barreira de entrada para impedir ou limitar o acesso de clientes a serviços como saques.
E Eu Com Isso?
Como o saque é um dos principais problemas encontrados pelos bancos de menor porte, digitais e fintechs, o avanço da pauta deve acirrar a disputa no setor. Dessa forma, a notícia é negativa para os grandes bancos, mas positiva para os demais como o Banco Inter (BIDI11) e Nubank, por exemplo.
No pregão de ontem, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) recuaram, respectivamente, 2,3 por cento, 1,8 por cento e 1,4 por cento, o Banco Inter (BIDI11) avançou 2,4 por cento.
Em audiência pública na Câmara no início do mês passado, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, criticou as tarifas cobradas das redes de caixas eletrônicos e sinalizou que poderia haver mudanças.
Embora o dinheiro não seja a única forma de ingresso e saída de recursos de bancos digitais e fintechs, a moeda física ainda é o principal meio de pagamento do País, usado por 60 por cento da população, o que significa que o saque deve persistir pelo menos no futuro próximo.