O Ibovespa, principal índice acionário da B3, a bolsa brasileira, encerrou a sessão de negociação desta quarta-feira (29) com queda de 0,94%, aos 115.384,84 pontos. Na ausência de indicadores econômicos internos, o mercado brasileiro acompanhou o receio do exterior sobre o alastramento do coronavírus no mundo.
Especialistas estimam que o impacto econômico dessa crise seja pior do que o da epidemia de SARS, do início dos anos 2000.
Já o dólar comercial encerrou o dia em alta de 0,59%, cotado a R$ 4,219, acompanhando a tendência de valorização da moeda dos EUA no mercado internacional, motivada pela aversão dos investidores a risco nesse momento de incertezas. Essa é a maior cotação de fechamento da divisa dos EUA desde 29 de novembro.
Veja os principais fatores que podem influenciar os marcadores na sessão de hoje:
Reunião do Fed
O Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, encerrou hoje (29) sua reunião para decidir sua política monetária. Conforme o esperado pela maioria dos analistas de mercado, o órgão manteve as taxas de juros na faixa de 1,5% a 1,75%, em decisão unânime. Leia mais
Mercados internacionais
Por causa do Ano Novo Chinês, a bolsa da China não abriu, mas a bolsa do Japão e Coreia do Sul fecharam em alta e a bolsa de Hong Kong teve recuo de 2,82%.
Na avaliação dos investidores, se o país não conseguir controlar a situação, a frágil estabilização da economia mundial, após a assinatura dos acordos comerciais entre EUA e China, pode ser comprometida. Os índices da Europa operam em alta e os futuros de Nova York também apontam para uma abertura com leves ganhos.
Coronavírus
O número de casos confirmados e mortes pela nova cepa (variedade) de coronavírus só aumenta. Até a última atualização, 132 pessoas morreram e mais de cinco mil já foram contaminadas, com a maioria dos casos ocorrendo na China. Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o risco global do coronavírus de “moderado” para “alto”.
No Brasil, três casos da doença estão sendo investigados em pessoas que estiveram ou entraram em contato com pessoas que viajaram para a China nos últimos meses. Além do gigante asiático, outros 14 países também tiveram casos.
Investimentos em estatais
O valor de investimentos em estatais no ano de 2019 foi de R$ R$ 58,3 bilhões, uma queda de 31,3% ante os R$ 84,8 bilhões investidos em 2018, como mostra a reportagem do jornal Valor Econômico. Em nota, o Ministério da Economia afirmou que 94% do valor foi destinado à Petrobras e Eletrobras, que estão em fase de desestatização, o que explica o menor valor.
Confiança na indústria
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou, nesta quarta-feira (29), que o Índice de Confiança na Indústria teve alta de 1,5 ponto de dezembro de 2019 para janeiro deste ano. Com o resultado, o indicador chegou a 100,9 pontos, o maior valor desde março de 2018 (101,4 pontos). O que mais contribuiu para essa alta da expectativa foi a avaliação sobre a evolução do ambiente de negócios nos próximos seis meses.