É comum se empolgar e gastar mais do que se deve durante o carnaval. Segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em 2019 o folião gastou, em média, R$ 634 com comidas, bebidas e fantasias. Mas será que é possível economizar no carnaval? Se você achou esse valor alto demais, lembre-se de que depende muito do bolso de cada um. Mas uma coisa é certa: os 40% dos entrevistados que afirmaram não ter definido uma quantia exata para as despesas nesse período correram mais riscos de gastar "além da conta". Para você se divertir nos blocos sem se preocupar com as finanças depois, preparamos essa SpaceDica especial de carnaval, que contou com a opinião da assessora-chefe do Procon-SP (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor), Fabia Puglisi.
1. Planeje com antecedência
O impulso é o grande inimigo na hora de economizar no carnaval, afirma a especialista. Além de fazer as contas do quanto você pode e quer gastar na festa antes de sair de casa, é importante levantar os preços de cada item da lista de compras. “Em São Paulo, vemos sempre as aglomerações na rua 25 de Março, famosa por seu comércio popular”, lembra Fabia. “Nem sempre isso é eficaz, pois uma boa pesquisa de preços leva em conta também a qualidade das compras”. A especialista recomenda visitar o maior número possível de lojas, fotografando as peças para comparar a relação custo-benefício. Para escolher fantasias, fique de olho também nos itens que vêm em lotes. “Às vezes dispensamos os kits, mas depois adquirimos os acessórios separadamente e o total a pagar fica mais elevado”, diz a assessora do Procon.
2. Celebre em conjunto e divida as despesas
Que tal juntar o útil ao agradável e reunir os amigos para a folia — e para dividir a conta? Montar um grupo para ir aos blocos aumenta a diversão e diminui o custo individual da festa. Combine com todos os foliões com antecedência e divida os gastos com comida e transporte. Se for viajar, é possível também pleitear descontos em diárias de hotéis. Caso o programa seja alugar uma casa para a temporada, melhor ainda: lugares maiores e com mais comodidades são mais caros, mas podem compensar financeiramente se a turma for numerosa.
3. Leve de casa
“No bloco, tudo é válido para economizar”, afirma Fábia. Ela aponta que cada vez mais os carnavalescos optam por comprar lanches e bebidas em supermercados, em vez de contar com bares, restaurantes e barracas nos arredores do bloquinho. “Qualquer lugar que você vá na rua, há a cobrança do serviço e a margem de lucro do estabelecimento”, esclarece. Para levar a refeição, sacolas e mochilas térmicas são uma boa pedida. Estar em grupo vale também vale a pena na hora de dividir o peso e carregar as compras. “Dessa maneira, as pessoas acabam até consumindo menos álcool, pois geralmente trazem menos bebidas em bolsas”, nota a especialista do Procon. “Além da questão financeira, você cuida também da saúde”.
4. Em viagens, menos é mais
Para quem opta por fugir dos blocos e viajar, uma boa ideia pode ser diminuir a estadia: ao invés de ficar os 4 dias longe, que tal comprar apenas 3 diárias? Além de economizar, você também evita os engarrafamentos nas estradas. “Já para quem vai de avião, a orientação é juntar tudo na bagagem de mão”, sugere Fabia. As companhias aéreas brasileiras não cobram pela mala de até 10 quilos que vai junto com o passageiro, na cabine. Já em ônibus, o máximo é de 30 quilos. Mas, por vezes, o barato pode sair caro, alerta a assessora. Um trecho de ônibus pode custar menos, porém a viagem dura muito mais. “E, com isso, você acaba tendo gastos adicionais, como comida durante o percurso”, aponta Fabia.
5. Fique atento aos ingressos e aos couverts
Nas baladas, a especialista do Procon recomenda colocar na ponta do lápis os prós e contras de cada tipo de ingresso. “Na maioria das vezes, não adianta optar pelo avulso e comprar bebida lá dentro”, diz Fabia. “O open bar e open food geralmente compensam, pois é muito difícil passar horas de festa sem consumir nada”. E, em programas mais calmos, é importante ficar atento para não ter cobranças indevidas. O couvert artístico, por exemplo, tão comum em época de carnaval, só é permitido ser foi devidamente informado ao consumidor. Então, fique atentos as informações do estabelecimento para conseguir economizar no carnaval. “A cobrança não é ilegal, mas só pode acontecer se o seu valor estiver ostensivamente exposto na entrada do estabelecimento”, alerta a assessora.
6. Prefira transporte público para economizar no carnaval
Ônibus, metrôs e trens são recomendados não só pelas baixas tarifas, mas porque evitam gastos com gasolina e estacionamento, diz Fabia. Usar o transporte coletivo também ajuda a escapar dos engarrafamentos, recorrentes em regiões de bloquinhos de rua. “Além de tudo, é uma alterativa cômoda e segura, pois evita misturar a direção com o uso de álcool”, destaca a assessora do Procon. Carros por aplicativo também são uma opção razoável dependendo do número de passageiros e distância a ser percorrida, mas a tarifa dinâmica, praticada quando há muita procura por motoristas, pode ser uma cilada.
7. Olhos abertos para os golpes
Em multidões, é fácil ficar desatento às compras com cartões, por exemplo. Esse ano, a especialista do Procon alerta principalmente para as fraudes praticadas com o pagamento por aproximação. “Se for frequentar lugares com muitas pessoas, desabilite a função”, aconselha Fábia. “Os golpistas podem aproximar maquininhas de bolsos, pochetes e carteiras e conseguir efetuar o débito”. Para cartões sem essa possibilidade, as dicas continuam as mesmas: certifique-se de que a operação acontece sob suas vistas, confira sempre o valor digitado na tela e cheque se é mesmo o seu cartão no momento da devolução.