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Safra projeta recuo de 2,8% no PIB em 2020

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O Banco Safra projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 2,8% no ano. Antes, a projeção era de quedas de 0,3%. Mas, em relatório publicado na segunda-feira (30), a equipe de Macroeconomia do banco atualiza para baixo as projeções anuais – só no segundo trimestre de 2020, a economia pode desacelerar 10%. A estimativa da inflação IPCA também caiu, agora prevista a 2,2% (antes 2,5%).

O banco ressalta que a projeção é baseada em níveis de incerteza acima do usual, que dependem também da duração da quarentena devido à Covid-19 e a “velocidade na retomada da normalidade”. O trimestre de abril a junho será o mais prejudicado.

As estimativas do Safra caminham de mãos dadas com a revisão da projeção do PIB pelo governo, junto com as medidas de mitigação do coronavírus, que impactam a dívida pública e projeções do resultado primário. A equipe prevê déficit primário de R$ 343 milhões.

“Do lado das receitas, menor projeção de arrecadação devido à revisão do PIB e queda na expectativa de preço médio do barril de petróleo, o que por sua vez diminui receitas de royalties. Do lado das despesas, aumento de gastos extraordinários para atenuar impactos da pandemia.”

Além disso, a taxa de juros Selic pode chegar a 3,25% a.a., calculam especialistas. Eles preveem que o corte aconteça na reunião do Copom prevista para maio.

O desemprego também deve crescer até o fim do ano e fechar 2020 acima de 13%, segundo analistas. Mas eles ressaltam que “as inúmeras políticas de estímulo que estão sendo anunciadas deverão minimizar essa situação e poderiam levar a uma contração menor que os 2,8% aqui considerados e um impacto menos negativo no emprego.”

Ibovespa deve fechar 2020 aos 97 mil pontos

Antes projetado pelo Safra para terminar o ano aos 140 mil pontos, agora o índice Ibovespa deve chegar ao fim de 2020 aos 97 mil pontos. A baixa também se dá por conta dos impactos do coronavírus na economia, e a atualização reflete “menor expectativa de lucro das empresas”, dizem especialistas em relatório publicado ontem (31).

Analistas acreditam que o movimento de vendas e saídas foi “exagerado”, e preveem recuperação da bolsa em “horizonte de investimento maior.”

“E conforme as preocupações com a propagação da pandemia diminuam, e as medidas de isolamento social sejam abrandadas, a atividade econômica deve ser restabelecida, assim como a dinâmica das empresas e a confiança para investimentos e contratações. Desse modo, nossos analistas esperam que os níveis de risco se reduzam e a Bolsa se recupere.”