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Para Banco Inter, investir em crédito privado ainda vale a pena

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Em relatório publicado na quarta-feira (15), o Banco Inter recomenda os investimentos em renda fixa, “que sejam compatíveis com o perfil de risco de investidor, considerando um cenário de maior volatilidade” – incluindo em crédito privado de empresas, assunto do artigo. Segundo analistas, o cenário para apostar em crédito é desafiador pois, ao mesmo tempo que os juros da Selic caíram, o risco de crédito está maior. O coronavírus impacta o mercado, mas ainda há perspectivas de retorno.

No entanto, acreditam que “o risco de crédito deve ser mitigado com uma boa seleção e diversificação dos ativos, ou diretamente pelos investidores ou através da escolha de bons gestores de fundos”. Também creem que, apesar da desvalorização de títulos de crédito privado em março e abril, isso deve ser compensado no futuro com bom retorno a investidores.

Como explica o Banco, spreads maiores implicam em risco de crédito maior, ou seja, o risco de inadimplência cresce. “Até o momento não tivemos nenhuma inadimplência relevante no mercado de debêntures, ou seja, a perda na valorização dos títulos de crédito corporativo foi devido à marcação e não devido a algum default de pagamento”, é explicado no relatório.

Mas se a crise da pandemia de coronavírus for maior que o esperado, “algumas empresas podem apresentar atrasos e eventualmente ter que renegociar suas dívidas”. Para o investidor evitar esse movimento em sua carteira, uma boa seleção e ativos diversificados podem mitigar o risco de crédito, tanto diretamente ou contratando “bons gestores de fundos.”

“Algumas características que contribuem para a boa qualidade de uma companhia são: governança e transparência, fundamentos financeiros sólidos, acesso a diversas fontes de financiamento e relevância e influência da companhia em seu mercado de atuação”, diz analista.

Já sobre as perspectivas para a renda fixa, o banco acredita que apesar do cenário de incerteza, “uma alocação em crédito privado faz parte da recomendação de diversificação dos investimentos”.

“No Brasil, a maioria das emissões de renda fixa tem o spread atrelado ao CDI, devido á preferência majoritária pelo rendimento pós-fixado. Assim, é comum precificar os títulos em percentual do CDI. À medida que a Selic cai, o percentual precisa subir para manter a remuneração do risco em um patamar adequado”, resumem especialistas do banco.

“O controle da pandemia e o fim da crise também podem levar a uma melhora no cenário e redução no risco. No entanto, ainda é cedo para fazer previsões com alguma confiança e a principal recomendação para o investidor é sempre manter a carteira de investimentos diversificada.”