Por Gabriel Codas, da Investing.com – As ações da Hypera Pharma (SA:HYPE3) operam com queda na parte da manhã desta sexta-feira na bolsa paulista, um desempenho um pouco abaixo do Ibovespa no momento da escrita. A companhia contratou o BR Partners para assessorar na venda da marca Xantinon, por um valor estimado entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões, sendo que a receita é de R$ 50 milhões. As informações são do jornal Valor desta sexta-feira.
Por volta das 13h01, os ativos tinham perdas de 0,15% a R$ 33,69, com mínima a R$ 32,81. O Ibovespa tinha leve avanço de 0,02% a 102.314 após cair mais 1% nos primeiros negócios da manhã.
Medicamento
O medicamento faz parte do portfólio da Takeda, comprada no país pela Hypera. Visando a aprovação do negócio pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a companhia precisa se desfazer de algumas marcas.
No caso do produto, a farmacêutica já é dona de marcas concorrentes como Epocler, Estomazil e o Gastrol. Então, o objetivo é evitar a concentração de mercado no segmento de medicamentos para o estômago.
A reportagem da publicação apurou que a Hypera pode ter que vender outras marcas nesse processo de aprovação regulatória. Por exemplo, os analgésicos Doralgina e Doril, que estão na mesma categoria da Neosaldina, que veio com o portfólio da Takeda.
O ativo, de acordo como Valor, já desperta o interesse da africana Aspen Pharma e das brasileiras União Química e Cellera. Apesar disso, ainda é um processo de avaliação.
No começo de julho, a União Química comprou da Hypera a marca Neocopan, também por recomendação do Cade para aprovação do negócio com a família Buscopan, concluída no final do ano passado, em negócio de R$ 1,3 bilhão pagãos à Boehringer Ingelheim (BI).
O Valor destacou que a compra do Neocopan foi avaliada entre R$ 60 milhões e R$ 90 milhões, representando duas a três vezes o valor da receita. Como o valor pedido para o Xantinon é quase cinco vezes a receita, a avaliação é que pode não ser um bom negócio, podendo ter o preço pedido revisto.
Balanço
A Hypera Pharma divulga nesta sexta-feira, depois do fechamento dos negócios, o balanço do segundo trimestre do ano. Nesse sentido, espera um lucro líquido de R$ 0,47 por ação, sendo que um ano antes foi de R$ 0,54. Já nos três primeiros meses de 2020 o resultado foi de R$ 0,38 por ativo, abaixo dos R$ 0,39 esperados.
Para as receitas, a mediana dos analistas estima um total de R$ 1,11 bilhão entre abril e junho, contra R$ 973,48 milhões de 12 meses antes. Por outro lado, já nos três primeiros meses de 2020, as entradas no caixa da companhia foram de R$ 818,03 milhões. Ou seja, bem abaixo dos R$ 1,09 bilhão que eram estimados pelo mercado.