Por Gabriel Codas, da Investing.com – As ações do grupo de educação (SA:ANIM3) operam com importante valorização no início desta quarta-feira (14) na bolsa paulista. Mais cedo, a Anima comunicou ao mercado que teve queda de 4,2% na captação de alunos no segundo semestre, para 14,6 mil.
Por volta das 13h10, os ativos acumulavam valorização de 2,83% a R$ 30,13.
A empresa, porém, afirma que está focada em “evolução do tíquete médio” e que a queda na captação “foi alcançado com a manutenção dessa dinâmica”.
Segundo a companhia, dos 14,6 mil alunos matriculados da graduação, 11,4 mil (78,6%) são pagantes sem qualquer tipo de financiamento (ou 79,6% excluindo aquisições de ativos).
A Anima afirmou ainda que o processo de rematrícula foi “bem sucedido” e por isso a base de alunos da companhia cresceu 5,8%, para 119,3 mil no segundo semestre de 2020.
O grupo Ânima está na disputa com a Ser Educacional (SA:SEER3) e a Yduqs (SA:YDUQ3) para a aquisição da operação brasileira do grupo Laureate, empresa americana que no Brasil é dona da Anhembi Morumbi, entre outras instituições de ensino superior.
Apesar da oferta da Ser ter sido a primeira, é apontada como a menos interessante, explica o jornal, uma vez que envolve a troca de ações em um volume muito expressivo. Pelos termos, seriam 101 milhões de ações, que representam 44% do capital da companhia fundada por Janguiê Diniz.
A questão é que a americana Laureate quer se desfazer de todo o negócio de educação no mundo ainda neste ano. Caso aceite a oferta da Ser, vai representar que precisa ficar com os ativos até o ano que vem, depois que a operação seja aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e, posteriormente, seja estruturada a emissão de ADRs em bolsa americana.
Ser
O grupo norte-americano de educação Laureate informou que recebeu nova oferta por seus ativos no Brasil e agora, a companhia que havia feito oferta de R$ 4 bilhões em meados de setembro, afirmou que vai avaliar se vai melhorar sua proposta.
Em comunicado ao mercado, a Ser afirmou que a Laureate, que é dona de universidades como Anhembi Morumbi e FMU, em São Paulo, e IBMR, no Rio de Janeiro, “recebeu uma oferta de terceiro” e que enviou à Ser cópia de “determinados termos e condições” da nova proposta.
“Em uma análise inicial a Ser entende que, caso aplicável, teria plenas condições de exercer seu direito de igualar a referida oferta”, afirmou a companhia no comunicado.
A proposta da Ser envolve ficar com 100% das operações da Laureate no Brasil. Para isso, a empresa pagará à Laureate 1,7 bilhão de reais em caixa no fechamento da transação e assumirá dívida líquida estimada em 623 milhões de reais. Adicionalmente, a Laureate receberá ações da nova companhia.
O acordo estabelecido em meados de setembro permitiu à Laureate buscar até 13 de outubro proposta vinculante de terceiros que seja superior à apresentada pela Ser.
Caso a Laureate encontre uma proposta melhor e a Ser não iguale a oferta, o grupo norte-americano deverá pagar ao brasileiro 180 milhões de reais como multa rescisória.