O vice-ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Hugo Saguier, vai se reunir hoje (10) com o o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Itamaraty. Ele vai pedir, em nome do governo, ao Brasil o cancelamento, a revogação e a cessação do estatuto de refugiado concedido a Juan Arrom, Anúncio Martí e Victor Colman.
Os três homens foram processados pela Justiça paraguaia pelo sequestro de uma mulher há quase 18 anos.
A decisão foi anunciada ontem (9) após reunião de Saquier com o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez. O vice-chanceler afirmou que o Paraguai aguardava a posse do presidente Jair Bolsonaro para entrar com a solicitação.
A concessão do status de refugiado é dada pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare), órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança.
Processo
Arrom, Martí e Colmán foram indiciados pelo sequestro de María Edith Bordón de Debernardi, mulher de um empresário paraguaio, em 2001. Ela foi libertada, após pagamento de resgate, cerca de dois meses depois de ser capturada. Arrom e Martí acusam policiais de torturá-los e cobram indenização do Estado paraguaio.
O governo do Paraguai recorreu e houve interferência da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Em 7 de fevereiro, o país apresentará argumentos alegando que ambos são fugitivos da Justiça.