O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) abre na próxima quarta-feira (13) a temporada brasileira da exposição Paul Klee – Equilíbrio Instável, com a primeira parada na cidade de São Paulo. Com uma obra que estabelece interseções com diversos movimentos artísticos, como o cubismo, o expressionismo, o construtivismo e o surrealismo, Klee ganha, pela primeira vez na América Latina, uma exposição com mais de 100 peças.
Ao todo, são 16 pinturas, 39 papéis, cinco gravuras, cinco fantoches – que criou, por uma década, para seu filho Felix, com carretéis de linha, tomadas e ossos de boi fervidos -, 58 desenhos e objetos pessoais do artista, todos selecionados pela curadora Fabienne Eggelhöfer, do Zentrum Paul Klee, de Berna, na Suíça. Sediada na cidade onde Klee nasceu, viveu a infância e parte significativa da vida adulta, o museu mantém atualmente sob sua guarda mais de 4 mil obras produzidas pelo artista.
Segundo a diretora executiva da Expomus, empresa produtora da exposição, Roberta Saraiva, algumas das obras do pintor já puderam ser conferidas durante a 2ª Bienal de São Paulo, de 1953. O evento, que ficou conhecido como a “Bienal de Guernica”, por exibir a famosa tela de Pablo Picasso, também levou ao público cerca de 60 obras de Klee.
Além do artista malaguenho, Klee cruzou, durante sua vida, com outras personalidades de renome, como o pintor e escritor Wassily Kandinsky. Klee e o russo tornaram-se colegas na escola alemã de vanguarda Bauhaus, fechada pelo governo nazista – o mesmo regime autoritário que classificou como “degenerado” o trabalho do pintor suíço.
Dado a explorar os recônditos da mente e das emoções, Klee buscou sempre franquear a liberdade de suas expressões – seja ao não desistir das artes plásticas, ao prosseguir em seu processo formativo mesmo tendo sua inscrição na academia rejeitada na Alemanha, seja ao questionar tendências da arte pictórica, acolhendo o que qualificasse pertinente para o que entendia como equilíbrio.
“Ele é um artista super importante, que deu origem a vários movimentos, mas que nunca recebeu um rótulo, uma sigla com a qual tenha se identificado. É uma espécie de pai de todos, um artista fundamental para a arte moderna no mundo”, diz Roberta, destacando a natureza independente de Klee. “É a primeira vez que ele, tão fundamental, chega aqui de fato com uma retrospectiva. Quem visitar [a exposição] vai saber quem ele é, qual o seu percurso.”
Viabilizada pela Lei Rouanet, a exposição terá nas três unidades do CCBB – São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte – entrada gratuita. Os ingressos poderão ser reservados antecipadamente no site Eventim.
Serviço
Exposição Paul Klee – Equilíbrio Instável
CCBB São Paulo: 13 de fevereiro a 29 de abril
CCBB Rio de Janeiro: 15 de maio a 12 de agosto
CCBB Belo Horizonte: 28 de agosto a 18 de novembro
Entrada gratuita