O ministro da Economia, Paulo Guedes, incluiu em sua pauta nesta manhã uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, logo cedo, às 8h30. A reunião, que não estava na agenda, foi incluída hoje pela manhã e deve indicar a preocupação do ministro com os desentendimentos entre o presidente da República e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que vinha sendo o principal articulador da reforma da Previdência na Câmara.
As declarações de Maia, afirmando que vai deixar esse papel de articulador e cobrando de Bolsonaro um contato maior com os políticos, preocupam a equipe econômica e boa parte dos investidores, provocando a queda dos preços das ações na semana passada e puxou para cima o dólar. Guedes sabe que, se a reforma da Previdência fracassar, restará pouca coisa para manter o governo de pé.
Guedes, um dos poucos ministros com capacidade de se fazer ouvir pelo presidente, entra em campo diante da total inabilidade da articulação política do governo Bolsonaro. No fim de semana que se esperava a atuação dos “bombeiros” para acalmar os ânimos entre o Palácio do Planalto e a Câmara, o líder do governo na Casa, deputado major Vitor Hugo (PSL-GO) reforçou as críticas do presidente afirmando no Twitter que Bolsonaro “está convicto de suas atitudes” e que ele não negociará, criticando o que chama de “velha política”. As mensagens para a bancada do PSL, segundo jornais, foram feitas depois de encontro com o presidente Bolsonaro. Vitor Hugo tentou depois amenizar as críticas, afirmando que elas não se referem a Maia. Já o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO) criticou a articulação política do governo e disse que é um equívoco fazer diferença entre nova e velha política.
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