Ibovespa cai 3,6% e Índice Futuro perde 5%, de volta aos 90 mil pontos; dólar sobe para R$ 3,95 e futuro chega a R$ 3,99

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Os piores temores do mercado se confirmaram hoje, com o presidente Jair Bolsonaro voltando a bater boca com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e ampliando ainda mas a crise entre Executivo e Legislativo no momento em que o governo precisa de todo apoio possível para aprovar a reforma da Previdência. Temendo pelo pior, os investidores venderam ações e o Índice Bovespa terminou o dia em queda de 3,57% aos 91.903 pontos, devolvendo boa parte do ganho obtido no ano. Só a ação ON da Suzano Papel, que têm suas receitas em dólar, fechou em alta entre as ações do índice.

Mas o pior pode ainda estar por vir. Depois de o mercado à vista fechar, o mercado futuro continuou operando e sofreu o impacto das declarações de Rodrigo Maia, afirmando que o presidente Bolsonaro precisa parar de brincar e começar a governar. Com isso, o Índice Bovespa Futuro, que fecha às 18 horas, terminou em baixa de 5,26%, aos 90,500 pontos, 1.403 pontos abaixo do mercado à vista. Um sinal de que o mercado pode abrir em baixa amanhã.

A reação foi a mesma no mercado de dólar, com investidores aumentando a procura pela moeda como proteção ou para mandar recursos para fora. A moeda americana fechou em R$ R$ 3,9540, em alta de 2,25%, no maior fechamento desde 1º de outubro do ano passado (R$ 4,0290), segundo o BB Investimentos. No mercado futuro, a moeda subiu ainda mais, a R$ 3,9935. Com isso, a moeda brasileira foi a que mais se desvalorizou entre as principais do mundo, superando até o peso argentino.

Também os juros tiveram forte elevação como um todo, em compasso com o comportamento do dólar no mercado doméstico e com a movimentação dos títulos do Tesouro americano. O Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, caiu 0,13% e o Standard & Poor’s 500, 0,43%. O Nasdaq recuou 0,63%.

O dia já começou azedo após o revés sofrido pelo governo com a aprovação ontem da Proposta de Emenda Constitucional (PED) do orçamento impositivo na Câmara, reduzindo ainda mais o espaço de manobra do Executivo com os gastos. Depois, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, que havia cancelado um depoimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ontem, esteve em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, mas, aparentemente, não conseguiu induzir um otimismo maior aos congressistas em relação ao trâmite da reforma da Previdência.

No mercado externo, a piora da inversão da curva de juros, com as rentabilidades dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) com vencimentos até um ano superando a rentabilidade do título de 10 anos (referência do mercado), seguiu sinalizando que os agentes estão temerosos de uma possível desaceleração econômica (ou até recessão) nos Estados Unidos nos próximos 12 meses, destaca o BB Investimentos.

Com isso, o Índice Bovespa acumulando queda de -1,95% na semana, -3,85% no mês, e reduziu o ganho no ano para +4,57% no ano e +9,66% em 12 meses. O dólar acumula alta de +5,36% no mês, +2,04% no ano e +18,81% em 12 meses.

Já os juros futuros subiram, e o DI janeiro/20 fechou em 6,56%, ante 6,46% de ontem; o DI janeiro/21 passou a 7,27% de 7,09%; o DI janeiro/23 subiu a 8,47% de 8,24%; e o DI janeiro/25 avançou a 9,05% de 8,83%.

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