Ibovespa

Governo desafina na Previdência e Ibovespa cai 0,18% em março após bater 100 mil pontos; dólar sobe 4,34%

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A festa de março prometia ser boa nos mercados, com o Índice Bovespa superando os 100 mil pontos e o dólar voltando para R$ 3,70, diante da expectativa de que a reforma da Previdência passaria sem problemas pela Câmara. Mas, com a relação entre o governo e o Congresso em ritmo de bolero, dois passos para lá, dois para cá, a instabilidade nos mercados financeiros brasileiros subiu de tom e, com ela, os riscos para o investidor.

No compasso irregular da crise política, que ameaçava a votação da reforma da Previdência e o próprio governo de Jair Bolsonaro, bolsa, dólar e juros pioraram e se distanciaram dos mercados internacionais, com os estrangeiros preferindo buscar no exterior outros pares para seus dólares. Foi no último dia do mês, graças à entrada na dança do ministro da Economia, Paulo Guedes, acalmando os ânimos dos parlamentares e alertando para o risco de a não aprovação da reforma acabar com a festa, que os ânimos se acalmaram e os mercados retomaram a harmonia, ao menos por enquanto.

O Índice Bovespa fechou março em queda de 0,18%, o segundo mês seguido de perdas, reduzindo os ganhos no ano para 8,56%, grande parte ainda reflexo da alta de 10,82% de janeiro. O índice, que chegou a superar os 100 mil pontos, fechou março em 95.414 pontos, depois de chegar perto dos 90 mil pontos. Em 12 meses, a alta é de 11,77%.

Descompasso com o mundo

A crise política fez o mercado brasileiro ficar para trás das demais bolsas. Nos Estados Unidos, o Dow Jones sobe 11,15% no ano e o S&P 500 13,07%. Até na Europa, onde o receio de uma recessão voltou, o Índice Euro Stoxx 50 sobe 11,67% e o CAC, de Paris, 13,10% e o DAX, da Alemanha, subiu 9,16%. O Financial Times, de Londres, terminou o trimestre com alta de 8,19%, em meio à disputa entre a primeira-ministra Theresa May e o Parlamento em torno da saída do país da União Europeia.

Dólar em ritmo forte

Já o dólar, indicador da busca por proteção e desconfiança dos investidores, e que segue na direção contrária da bolsa, voltou a subir e atingiu novamente os R$ 4,00, obrigando o Banco Central (BC) a vender moeda via leilões de linhas de câmbio, o que ajudou o mercado a se acalmar. O dólar acabou encerrando o mês vendido a R$ 3,916 no mercado comercial, em alta de 4,34% no mês, 1,06% no ano e 18,56% em 12 meses.

 

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Juros vão e vêm

Os juros também sofreram com o vaivém da crise política e as taxas prefixadas mais longas, para 2025, que encerraram fevereiro em 8,87% ao ano, chegaram a 9,14% ao ano na quinta-feira, quando a tensão entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, atingiu a temperatura máxima. Depois, a trégua fez a taxa cair para 8,78% no fim do mês, em ligeira baixa em relação a fevereiro, garantindo assim algum ganho para esses papéis.

Os títulos mais longos, corrigidos pela inflação, as NTN-B com juros no final, que terminaram fevereiro pagando 4,58% mais IPCA para o vencimento 2035, chegaram a 4,73% na quinta-feira, dia 28 de março, mas caíram para 4,58% no dia 29, encerrando o mês estáveis.

Só 18 altas do Ibovespa; CCR perde 17,5%

No rescaldo do mês, só 18 dos 64 papéis que forma o Índice Bovespa fecharam em alta. As ações que mais caíram foram as ordinárias (ON, com voto) da CCR, 17,50%, em meio às notícias de acordo de delação premiada envolvendo a Operação Lava Jato, as preferenciais (PN, sem voto) de Lojas Americanas, com -15,77%, seguidas das ON de Ecorodovias, -15,28%, acompanhando CCR, as ON de B2W Digital, braço de vendas online da Lojas Americanas, com -12,68% e, Cielo ON, -12,20%, com a concorrência cada vez mais acirrada nas maquininhas de cartões.

CSN sobe 24,24%

As maior altas do mês foram de CSN ON, com 24,24%, com acordos de antecipação de vendas de minério para reduzir o endividamento e os ganhos com os problemas enfrentados pela Vale e que afetaram o mercado de minério de ferro, JBS ON, 18,54%, graças aos bons resultados, Bradespar PN, 10,69%, holding que investe em papéis da Vale e que subiram 8,13%, e BRF ON, com ganho de 10,11%.

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