Equipes brasileiras começaram a atuar em Moçambique em apoio às vítimas do ciclone que deixou mortos e destruiu regiões do país. A previsão inicial é que eles permaneçam durante 30 dias no local, contribuindo para atividades de resgate nas cidades de Beira e Dondo, áreas mais prejudicadas. Além de Moçambique, o ciclone Idai atingiu Zimbábue e o Malaui.
O grupo é formado por 20 especialistas em busca e salvamento da Força Nacional de Segurança Pública. Também integram a missão 20 especialistas nessas atividades de resgate do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, que atuaram no caso do rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho (MG) em janeiro deste ano, que deixou mais de 200 mortos.
A ajuda humanitária brasileira foi solicitada pelo presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, ao presidente Jair Bolsonaro. Os bombeiros deverão ficar no país por pelo menos 15 dias. Já a equipe da Força Nacional permanecerá por 30 dias, período que pode ser prorrogado se houver necessidade.
O governo brasileiro também anunciou que irá doar remédios e outros insumos para o atendimento a vítimas. Segundo o Ministério da Saúde, serão enviados seis kits, com 870 quilos de materiais, que podem ser utilizados em um contingente de até 3 mil pessoas por três meses.
Mortes e estragos
O Ciclone Idai deixou mais de 800 mortes nos três países africanos, a maioria em Moçambique (501), e já atingiu mais de 2,5 milhões de pessoas. As inundações decorrentes da passagem do ciclone tiveram consequências também em Madagascar e na África do Sul.
O governo de Moçambique anunciou um pacote de medidas em razão da tragédia. Entre as medidas estão redução de taxas para acesso a energia e em serviços de transportes, assistência médica gratuita, redistribuição de livros escolares e uma campanha de vacinação contra o cólera.
A imunização é necessária em razão de um surto decorrente da passagem do ciclone. As autoridades sanitárias do país confirmaram um surto da doença. Além dos casos de mortes, há muitas pessoas com diarreia, um dos sintomas principais.