Paulo Guedes

Base “tchutchuca” do governo na CCJ joga Guedes aos “tigrões”; Bolsonaro costura apoio com partidos

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A participação do ministro da Fazenda, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para falar da reforma da Previdência, deixou claro a falta que faz uma base de apoio no Congresso. Guedes caiu nas garras da “tigrada” da oposição e sofreu ataques durante as quase seis horas de depoimento, até ser chamado de “tchuchuca” pelo deputado Zeca Dirceu (PT-PR) e perder a paciência, retrucando e provocando o fim do depoimento.

O episódio mostra que o ministro não pode sozinho responder pela articulação do governo para a aprovação da reforma da Previdência. Até por seu temperamento, pouco dado a aguentar desaforos e manter o sangue frio diante de provocações, como foi o caso de ontem. Mas ficou claro que Guedes e o governo precisa montar uma base de apoio no Congresso.

Por isso, será importante acompanhar o desempenho do presidente Jair Bolsonaro, que hoje se reunirá com os presidentes dos principais partidos para buscar apoio para a reforma. Às 10 horas, Bolsonaro receberá Geraldo Alckmin, presidente do PSDB. A seguir, será a vez de Ciro Nogueira, do PP, um dos principais nomes do chamado Centrão. No almoço, Bolsonaro se encontrará com Antonio Carlos Magalhães Neto, do DEM. E às 16h30, Romero Jucá, do MDB.

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Para a LCA Consultores, o desempenho de Guedes na tumultuada sessão de ontem na CCJ colocou em xeque a sua dupla função, de ser, ao mesmo tempo, ministro da Economia e articulador político.

Mas, para a consultoria, o episódio em nada alterou as perspectivas para a reforma da Previdência tanto em termos de votos, como ao tempo de tramitação. Seria preocupante se o entrevero desta quarta-feira tivesse ocorrido com algum líder do centrão ampliado com a adesão do PSDB, avalia a LCA.

Ainda assim, estes deputados não agiram para preservar Guedes da artilharia da oposição, que se antecipou para que seus deputados fossem os primeiros na lista de arguição ao ministro. Teriam agido de forma mais incisiva se fossem efetivamente da base governista, ou seja, a Reforma da Previdência Social pode ter melhores dias se tiver o apoio efetivo destes partidos de centro, afirma a LCA.

Assim, fica a expectativa em torno dos encontros de Bolsonaro com os presidentes dos partidos que formam o Centrão ampliado. Afinal, será o presidente quem decidirá se haverá alguma parceria com esse importante “bloco” do Congresso. Desta forma, o principal articulador da previdência será inevitavelmente Bolsonaro, conclui a LCA.

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