A receita da Rede Básica de Sistemas Existentes (RBSE), que engloba a indenização pelos ativos de transmissão de energia cujas concessões foram renovadas, contribuiu para o lucro líquido de R$ 1,071 bilhão registrado em 2018 por Furnas Centrais Elétricas, subsidiária da Eletrobras. A melhora no fluxo de caixa e a diminuição do endividamento em cerca de R$ 1,5 bilhão foram fatores que também influenciaram no desempenho da companhia. Os dados foram divulgados ontem (17) por Furnas, cuja receita operacional bruta alcançou R$ 9,2 bilhões no ano passado.
A adoção de novo padrão internacional de contabilidade fez a empresa deixar de registrar R$ 832 milhões da receita de seus ativos de transmissão, o que contribuiu para que o lucro líquido apresentado fosse menor que o do ano anterior, de R$ 1,4 bilhão. O montante de recursos resultantes do ingresso da RBSE no caixa da companhia atingiu cerca de R$ 3 bilhões.
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Austeridade financeira
Na avaliação do presidente da empresa, Ricardo Medeiros, os números são resultantes da austeridade financeira adotada por Furnas, que contribuiu para a redução de custos. “O programa Orçamento Base Zero, por exemplo, possibilitou economia de R$ 132 milhões”, informou Medeiros. Segundo o diretor de Finanças de Furnas, Jenner Guimarães do Rêgo, a Rede Básica de Sistemas Existentes deve ser usada em investimentos “que possam perenizar a receita da companhia”. Para o diretor, isso significa fazer boas escolhas, em alinhamento com a holding Eletrobras.
A receita de geração apurada cresceu 4,8%, no ano passado, em comparação a 2017, resultado dos novos contratos firmados no ambiente de contratação livre (ACL), além da atualização de contratos de comercialização no ambiente regulado e do aumento da receita de operação e manutenção (O&M) das usinas renovadas pela Lei 12.783/2013, que passou de R$ 845 milhões para pouco mais de R$ 1 bilhão.
Disciplina de capital
Para ampliar a receita nos próximos anos, Furnas pretende adotar como estratégia o projeto Disciplina de Capital, que prevê entre outras ações avaliar o atual modelo do sistema elétrico brasileiro, além de aperfeiçoar a governança dos processos de gestão de recursos e otimizar o controle de orçamento. A meta é tornar mais estável e crescente o fluxo de receita da companhia por meio de investimentos e da adoção de novas formas de comercialização de energia.
As demonstrações financeiras apresentadas hoje por Furnas destacam ainda a redução em R$ 70 milhões da folha de pagamento da empresa com o Plano de Demissão Consensual (ODC); o incremento da receita anual de geração em R$ 120 milhões; a redução de R$ 932 milhões na Receita Operacional Líquida como consequência do aumento na base de apuração de impostos e encargos setoriais, entre outras operações.