A guerra comercial entre Estados Unidos e China voltou com força total, com o governo chinês anunciando aumentos de tarifas sobre produtos americanos e o presidente Donald Trump fazendo novas ameaças. Depois que os EUA subiram de 10% para 25% as tarifas sobre R$ 200 bilhões em produtos chineses na sexta-feira, representantes do Ministério das Finanças chinês anunciaram hoje que vão fazer o mesmo com US$ 60 bilhões de produtos importados dos EUA. A alíquota passará de 10% para 25% a partir de junho. As negociações parecem ter chegado a um impasse, principalmente em torno do tema da proteção às patentes americanas pelos chineses.
Já o presidente americano primeiro ameaçou as autoridades chinesas afirmando que seria pior se a China retaliasse as medidas americanas. Depois, afirmou que pretende se encontrar com o colega chinês, Xi Jin Ping, na reunião do Grupo dos 20 países mais ricos em meados de junho. Até lá, não se sabe qual será o impacto das restrições no comércio entre as duas maiores economias do mundo.
O receio é que as tarifas provoquem uma alta dos preços dos produtos e uma queda no consumo e no comércio mundiais e uma retração ainda mais acentuada da economia. As retaliações podem ainda se espalhar para outros países que perderem mercados por conta das restrições.
Países emergentes podem sofrer caso as restrições diminuam a atividade na China, maior consumidor mundial de commodities.
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Bolsas caem na Europa
A perspectiva negativa para a economia mundial fez as bolsas de valores do mundo inteiro fecharem em queda. Na Europa, o Índice Euro Stoxx 600 perdeu 1,21%, com Índice DAX, de Frankfurt, caindo 1,52% e o CAC, de Paris, 1,22%.
Bolsas americanas têm pior maio desde 1970
Mas o maior impacto ocorreu nas bolsas americanas. O índice Dow Jones caiu 2,38%, ou 617 pontos, para 25.324 pontos, tornando este o pior mês de maio em 50 anos com uma queda de 4,8%. Já o Standard & Poor’s 500 caiu 2,41% e acumula perda de 4,6% em maio, enquanto o Nasdaq recuou 3,41% no dia e 5,5% no mês. O Índice Global Dow Jones caiu 1,64%.
Apesar das quedas de maio, o Dow ainda acumula alt de 8,6%, o S&P 500, de 12,2% e o Nasdaq, de 15,3%.
Ibovespa volta aos 91 mil pontos
No Brasil, o Índice Bovespa encerrou o dia em queda de 2,7%, aos 91.727 pontos, voltando aos níveis de 4 meses atrás. O índice acumula agora queda de 4,8% em maio e 4,4% no ano, e 7,6% em 12 meses. O volume negociado atingiu R$ 13,7 bilhões.
Entre os papéis mais negociados, Vale ON caiu 4,10%, diante do receio com o impacto da guerra comercial sobre a China. Petrobras PN caiu 2,92% e o papel ON 2,86%. Itaú Unibanco PN, papel de maior peso no índice, recuou 1,57% e Bradesco PN, 2,49%.
Só duas altas no Ibovespa
Apenas dois papéis dos 66 do Índice Bovespa fecharam em alta, Via Varejo ON, 2,60% e BRF ON, 0,33%. Já as quedas do índice foram lideradas por CVC Brasil ON, 7,68%, Gol PN, 7,02%, Braskem PNA, 6,99%, Sabesp ON, 6,99%, Suzano ON, 5,41% e Eletrobras ON, 5,05%.
Dólar sobe para R$ 3,98
No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou em alta de 0,885%, aos R$ 3,9792 para venda. O dólar turismo fechou estável, vendido a R$ 4,16.
Juros futuros sobem
Os juros futuros subiram, com o contrato para janeiro de 2020 na B3 projetando 6,41%,ante 6,40% na sexta-feira. Para 2025, o juro subiu de 8,53% para 8,65% ao ano.
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