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Ancord e Abac mandam PI retirar do ar propagandas ironizando investimentos e consórcio

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A cena começa com um cidadão tomando banho de banheira e falando ao telefone com alguém que se descobre afinal ser um assessor financeiro. No diálogo, o homem diz que perdoa o assessor por uma série de falhas e prejuízos no mercado por indicações anteriores. “Mas me ligar para oferecer consórcio, aí é demais…”, diz o homem, soltando em seguida uma série de impropérios censurados por um apito, inspirado no nome do anunciante, a PI Investimentos, plataforma de investimentos do Santander.

O que seria uma forma bem-humorada e irônica de abordar a onda atual de plataformas de investimentos e seus agentes autônomos, rebatizados de assessores financeiros, acabou repercutindo mal na Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio (Abac). Em nota, divulgada dia 23, a Abac repudiou o vídeo da PI, “por conter mensagem ofensiva ao sistema de consórcios, afrontando os legítimos interesses das administradoras, colaboradores, profissionais de vendas e, sobretudo, consorciados. Ainda segundo a Abac, a associação procurou o presidente do Santander, dono da PI, para pedir a retirada imediata do vídeo do ar e o fim de sua veiculação na televisão.

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E não foi só a Abac que não gostou das ironias, que incluíam o “sincericídio” de um analista de investimentos que admite que ganha dinheiro é vendendo análise, ou de um sócio que conta para o outro que aplicou todo o dinheiro da empresa em um mico. Em outro episódio, um investidor divide a tela com o consultor com quem conversa por telefone e reclama que ele se esqueceu de avisar que o dinheiro dele ia ficar preso por dez anos na aplicação que ele indicou.

Os vídeos incomodaram a concorrência e também a Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras (Ancord), que divulgou nota afirmando que as campanhas da PI “apresentam mensagens negativas para a imagem das Instituições Intermediárias e do próprio mercado”.

Na nota, a Ancor diz que a campanha apresenta termos inadequados e incompatíveis com a realidade da indústria de intermediação, dando uma “conotação indevida e deletéria, podendo causar prejuízos e denegrir a reputação do setor. “Nesse sentido, solicitamos à Santander/PI que a referida publicidade fosse cessada de maneira a não macular o conceito de todo o segmento”.

Segundo a Ancord, a Santander/PI, por sua vez, alegou que a campanha é irreverente, simples e coloquial, “portanto não prejudica a imagem dos intermediários, vez que todos estão atuando pelo bem comum da educação financeira e da conscientização do mercado”.

A Ancord, porém, não concordou e destacou que a “oferta de produtos financeiros “preconiza a observância das normas da CVM, Bacen e dos autorreguladores que, caso descumpridas, sujeitam os infratores às penalidades nelas previstas”.

A Ancord não apontou, porém, quais normas estariam sendo quebradas pela PI com as propagandas. Mas reiterou que a campanha fosse imediatamente “finalizada sob pena de noticiar os fatos ao Conselho de Ética e aos órgãos reguladores”.

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