O BTG Pactual (SA:BPAC11) manteve, com alta convicção, nesta sexta-feira a recomendação de compra para as ações da Vale (SA:VALE3), entendendo que os papéis estão inegavelmente baratos, apesar do processo da redução de risco ser algo gradual.
Na bolsa paulista, as ações da Vale operam com ganhos de 0,91% a R$ 53,07, enquanto na NYSE as ADRs somam 0,96% a US$ 14,148
No entendimento da equipe de analistas, os papéis são negociados próximos a 3x Ebitda 2019, que está entre os menores níveis já registrados para a companhia. A avaliação leva em consideração a suspensão dos dividendos em 2019, sendo reestabelecidos no próximo ano.
Eles destacam quem uma das percepções de risco do mercado para a Vale reside em possíveis mudanças regulatórias e tributárias para o setor de mineração. A equipe entende que não há garantias de que não haverá mudança na carga tributária no Brasil, vendo essa preocupação como exagerada. Desta forma, o BTG não acredita que o governo realiza alguma mudança que envolva as atuais concessões. Assim, os analistas avaliam como altamente improvável a mudança de impostos para as operações de Carajás.
Em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira, o BTG informa que conversou com um dos participantes da CPI de Brumadinho, que deu um feedback considerado encorajador, mesmo com o tom crítico em relação à Vale.
Entre as informações obtidas estão a que um eventual imposto para o setor só passaria a vale em novos projetos e não nas concessões já existentes, além de que a alíquota a ser aplicada, caso seja aprovado, não deve ser elevada. Outro destaque é que as atuais taxas de royalties devem ser mantidas.
O BTG também avalia que o Congresso não poderia criar um novo imposto para o setor de mineração, que iria contra a Constituição Federal, uma vez que, no entendimento do banco, o texto prevê ou a cobrança de uma compensação financeira para os mineiros ou um imposto de participação especial.
Atualmente, a Vale já paga uma compensação de royalties de 3,5% da receita bruta, que já foi aumentada há alguns anos. Assim, qualquer mudança só seria possível por meio de uma alteração na Constituição.