China

China desvaloriza moeda e acirra guerra comercial com os EUA

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A China promoveu hoje uma desvalorização de sua moeda, o yuan, em relação ao dólar, como resposta à decisão do governo americano de tributar mais US$ 300 bilhões de importações chinesas em 10% anunciada semana passada. Ao desvalorizar sua moeda, na prática, o governo chinês aumenta os ganhos de seus exportadores em moeda local, já que vão receber mais yuans pela mesma quantidade de dólares. Isso permitirá que eles reduzam seus preços de exportação em dólar e compensem as alíquotas maiores dos EUA. A medida foi vista como um sinal de que China não quer ceder nas negociações com os Estados Unidos e que a guerra comercial entre os dois países pode se agravar, levando a uma queda no comércio mundial e na economia global. O yuan subiu de 6,98 por dólar na sexta-feira para 7,10, uma alta de 1,7% que tem impacto forte no comércio com os EUA.

Bolsas caem na Europa

O agravamento da guerra comercial, com consequências grave sobre o crescimento mundial, está derrubando as bolsas no mundo. Na Ásia, elas fecharam em forte queda, com o Nikkei, do Japão, perdendo 1,74% e o Hang Seng, de Hong Kong, 1,85%. A Bolsa de Xangai perdeu 1,62%. Já na Europa, o Índice Euro Stoxx 600 cai 2,31%. O DAX, da Alemanha, perde 1,80% e o CAC, de Paris, 2,19%.

Nos Estados Unidos, a queda também é forte, com o Dow Jones recuando 2,85% e o Standard & Poor’s 500 perdendo 2,88%. O Nasdaq cai ainda mais, 3,50%, pois espera-se que além da guerra comercial aumente o conflito entre EUA e China em torno de transferências tecnológicas.

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Ouro sobe com busca por proteção

No mercado de commodities, o petróleo cai, 1,4%, para US$ 54,86 o barril do tipo em Nova York, prevendo menor demanda por conta da retração da economia. Já o ouro, visto como porto seguro nas crises, sobe 1,32%, para US$ 1.476,80 a onça-troy (31,104 gramas).

Juros nos EUA caem para menor nível em 3 anos

Outro porto seguro, os títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos, estão hoje em 1,73%, queda de 0,11 ponto percentual, o menor juro em três anos, segundo analistas. A leitura é que o receio de que a guerra comercial afete a economia levará o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a cortar as taxas básicas. Analistas consideram que o presidente Donald Trump pode estar apostando no cenário de confronto com a China justamente para forçar o Fed a reduzir os juros e manter a economia crescendo, um fator importante para ele tentar a reeleição.

Bolsa americana pode cair 15 por cento até o fim do ano

A casa de análise Capital Economics prevê que o S&P 500 poderá perder 15% daqui até o fim do ano, por conta da perspectiva de queda dos lucros das empresas pelo enfraquecimento da economia dos EUA, agravada pela guerra comercial.

No Brasil, o Índice Bovespa está em queda de 2,5%, quase perdendo os 100 mil pontos, aos 100.053 pontos. Os juros estão em alta, com o contrato para janeiro de 2020 projetando 5,55%, 0,04 ponto de alta, e para 2021, 5,54%, 0,12 ponto de alta. Para 2022, a taxa subiu 0,14 ponto, para 6,06% ao ano.

No mercado de câmbio, o dólar comercial está em alta de 1,75%, para R$ 3,959 para venda. O dólar turismo sobe 1,70% também, para R$ 4,17 para venda.

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