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Alemanha não vai mais comprar a Amazônia, diz Bolsonaro

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O presidente Jair Bolsonaro ironizou neste domingo a decisão do governo alemão de suspender o financiamento de projetos para a proteção da Amazônia por causa de informações sobre o aumento do desmatamento da floresta.

No sábado, segundo a agência alemã Deutsche Welle, a ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Svenja Schulze, disse em entrevista ao jornal Tagesspiegel que o país europeu vai congelar investimentos de 35 milhões de euros, equivalentes a cerca de R$ 155 milhões que seriam destinados para diferentes projetos de proteção ambiental no Brasil.

Questionado por jornalistas sobre a suspensão dos repasses, Bolsonaro disse que “O Brasil não precisa disso”. “Ela [Alemanha] não vai mais comprar a Amazônia, vai deixar de comprar a prestações a Amazônia. Pode fazer bom uso dessa grana. O Brasil não precisa disso”, disse o presidente.

Ao ser perguntado ainda se o congelamento dos valores não teria impacto na imagem do Brasil no exterior, Bolsonaro respondeu: “A imagem do Brasil? Você acha que grandes países estão interessados na imagem do Brasil ou em se apoderar do Brasil?”

Desde a posse de Bolsonaro, em janeiro, o governo alemão e outros países europeus, como a França e Noruega, têm demonstrado preocupação com a forma que Brasília passou a tratar a proteção ambiental e a explosão nos níveis de desmatamento no Brasil.

A França chegou a ameaçar barrar o acordo Mercosul-União Europeia por conta da promessa de Bolsonaro de deixar o Acordo do Clima de Paris. A situação foi contornada com a promessa do presidente brasileiro de manter o país no acordo.

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou, em resposta à decisão alemã, que vai apresentar em breve uma estratégia para preservação da Amazônia.

Na entrevista em que anunciou o congelamento dos repasses, a ministra alemã Svenja Schulze levantou dúvidas sobre o comprometimento do governo Bolsonaro em reduzir o desmatamento.

“A política do governo brasileiro na Região Amazônica deixa dúvidas se ainda se persegue uma redução consequente das taxas de desmatamento”, declarou a ministra ao jornal alemão, apontando que somente quando houver clareza, a cooperação de projetos poderá continuar.

Para conter o desmatamento florestal, a Alemanha também apoia o Fundo Amazônia, onde o Ministério alemão da Cooperação Econômica já injetou até agora 55 milhões de euros (por volta de 245 milhões de reais)

Com um volume de quase 800 milhões de euros, ou R$ 3,5 bilhões, a maior parcela do Fundo Amazônia é financiada pela Noruega e, uma pequena parte dele, pela Alemanha.

Recentemente, tanto o governo alemão quanto a Noruega reclamaram dos planos do ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, de promover mudanças na gestão do fundo.

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