Investing.com – Confira as cinco principais notícias desta terça-feira, 13 de agosto, sobre os mercados financeiros:
1. Hong Kong e Argentina sob o foco geopolítico
O foco do mercado permaneceu centrado nas tensões geopolíticas em Hong Kong e na Argentina.
A líder de Hong Kong, Carrie Lam, disse na terça-feira que mais violência envolvendo protestos poderia empurrar o território “para um caminho sem retorno”.
O aeroporto internacional do centro financeiro asiático reabriu após o cancelamento de todos os vôos na segunda-feira, com os manifestantes mantendo suas posições, de acordo com relatos da mídia. Enquanto o jornal estatal chinês Global Times divulgava vídeos da Polícia Armada Popular em Shenzhen, uma cidade que faz fronteira com Hong Kong, teme-se que Pequim responda aos protestos com força militar que lembram o incidente de 1989 na Praça da Paz Celestial.
Os nervos pareciam estar à flor da pele na Argentina, onde uma derrota impressionante do presidente Mauricio Macri nas eleições primárias no fim de semana levou os investidores a uma venda total de ações, moeda e títulos do país, fazendo com que alguns especulassem que a Argentina poderia estar novamente na estrada para o calote.
A derrota de Macri é amplamente vista como uma prévia das eleições presidenciais de outubro, alimentando temores de que o partido de oposição protecionista, se vitorioso, desfaça muitas das políticas que Macri implementou para recuperar a confiança dos mercados internacionais.
2. Ações globais sacudidos por tensões geopolíticas
As ações globais continuaram a cair à medida que as preocupações com os protestos em Hong Kong e a situação política na Argentina aumentavam as preocupações com a falta de progresso nas negociações comerciais sino-americanas.
Na sequência de uma queda de quase 40% na segunda-feira do índice argentino Merval, o Hang Seng de Hong Kong liderou as perdas na Ásia com um mergulho de 2%.
As ações europeias compartilharam o sentimento de risco, com preocupações e temores crescentes sobre a política italiana. A movimentação do líder da direita italiana, Matteo Salvini, para eleições antecipadas encontrou um obstáculo à medida que os líderes parlamentares não conseguiram decidir quando o Senado deve debater sua moção de desconfiança.
Os futuros norte-americanos apontam para uma nova queda na abertura, tendendo para um declínio de três dígitos no Dow, à medida que os problemas continuam a atingir as ações.
3. Títulos dos EUA em alerta por sinal de recessão mais forte
Os títulos norte-americanos têm recebido uma forte procura diante do sentimento de risco, levando o rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos para mínimas de 2016 e o rendimento de 30 anos para mínimas recordes.
O Federal Reserve concentra-se na relação entre o rendimento do título de 3 meses e o de 10 anos, que já está invertida, o que significa que o papel de prazo mais curto tem um rendimento maior do que o vencimento mais longo. Este fenômeno é visto por alguns como um sinal de recessão.
Os analistas alertam, no entanto, que os rendimentos dos títulos podem enviar um sinal ainda mais forte de uma desaceleração econômica se o rendimento de 10 anos ficar abaixo do rendimento do título de 2 anos. Esse spread atingiu seu nível mais baixo desde 2007, oscilando em torno de seis pontos-base.
4. Ouro marca nova máxima de 6 anos, iene paira perto do pico de 7 meses
Os tradicionais ativos portos-seguros, como o ouro e o iene, receberam um impulso diante da fuga dos investidores do risco.
O ouro continuou a subir, atingindo seu nível mais alto desde setembro de 2013, com os investidores abandonando as ações e buscando segurança diante das tensões geopolíticas, incluindo os temores de que a disputa comercial atual entre os EUA e a China intensifiquem a desaceleração global.
O iene parece ter colocado freio em alta frente ao dólar americano, pairando perto das máximas de sete meses, com os investidores esperando para analisar dados da inflação por volta das 9h30 (horário de Brasília).
5. O petróleo cai antes do relatório da OPEP e inventários de estoques API
Os preços do petróleo caíam ligeiramente antes da publicação do relatório mensal da Opep, que fornecerá um vislumbre das perspectivas do cartel sobre a demanda e oferta globais.
As preocupações do lado da demanda dominaram o comércio de petróleo, já que os temores de uma economia global enfraquecida diminuam as perspectivas para o petróleo. Em uma tentativa de apoiar os preços, a líder de fato da OPEP, a Arábia Saudita, vem estudando esforços adicionais para cortar a oferta.
Os dados semanais do Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês) sobre os estoques dos Estados Unidos também fornecerão mais informações sobre os suprimentos domésticos de petróleo.
A Reuters contribuiu para esta matéria