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Bullard, do Fed, diz que apenas inversão persistente da curva de juros seria sinal baixista

O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard. 08/10/2018. REUTERS/Edgar Su
O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard. 08/10/2018. REUTERS/Edgar Su

WASHINGTON (Reuters) – A inversão de trechos da curva de rendimento dos Treasuries nesta semana “teria de ser mantida por um período de tempo” para ser considerada como um sinal “baixista” para uma economia norte-americana que segue em crescimento, disse nesta quinta-feira o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard.

Com outras economias em desaceleração, “você tem essa busca por segurança acontecendo”, o que está pressionando as taxas dos Treasuries mesmo com o crescimento econômico dos Estados Unidos sendo “razoável”, disse Bullard em comentários à Fox Business News.

Nas declarações, Bullard pareceu minimizar a influência da recente volatilidade do mercado sobre a próxima decisão de juros do Fed.

Investidores vão monitorar com atenção autoridades do Fed nas próximas semanas, em busca de indícios sobre a possibilidade de as quedas acentuadas nos preços das ações e nos “yields” dos títulos nesta semana levarem o banco central a uma nova redução nas taxas de juros.

Um discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, marcado para a próxima semana em Wyoming e anunciado nesta quinta-feira pelo Fed, pode ser particularmente importante, já que vem após um período volátil para os mercados globais em meio a sinais de que a guerra comercial entre EUA e China possa piorar.

O Fed reduziu as taxas de juros em junho, mas não deu um sinal claro sobre a possibilidade de novos cortes.

Bullard, que apoiou um corte nos juros e disse levar em consideração os sinais dados pelo mercado, afirmou, entretanto, que não está pronto para se comprometer com uma nova redução de juros na próxima reunião do Fed, prevista para os dias 17 e 18 de setembro.

Ele pontuou que não foi particularmente influenciado pelo que ocorreu nos mercados nesta semana e classificou as quedas nas ações como “um tanto exageradas”.

Segundo Bullard, com as tensões comerciais e a desaceleração do crescimento econômico global aumentando a ansiedade dos investidores, não é surpreendente que os mercados acionários caiam e que trechos importantes da curva de rendimento dos Treasuries tenham invertido.

A queda dos “yields” de títulos de longo prazo para abaixo das taxas de papéis de curto prazo é vista por alguns como um alerta sobre o crescimento econômico futuro.

No entanto, “os números aqui parecem muito bons… crescimento de 2%, bom mercado de trabalho, inflação baixa, bom crescimento no consumo”, disse Bullard. “Estamos no meio de uma desaceleração global e teremos que avaliar como isso afetará a economia dos EUA.”

(Reportagem de Howard Schneider)