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Após dados do PIB, Banco Inter vê economia crescendo pelo menos 1% em 2019

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Investing.com – Com a divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre do ano, o Banco Inter (BIDI4) acredita que a economia brasileira possa crescer pelo menos 1% em 2019, com o avanço chegando a 2% no próximo ano. Os analistas do banco destacaram a recuperação do setor de construção civil e também dos investimentos. As informações constam de relatório enviado pelo banco a clientes na segunda-feira.

A equipe do Inter avalia que a recente alta do dólar não deve ser vista como um sinal de preocupação para o cenário inflacionário, mesmo com o avanço de quase 10% no ano. Na avaliação do banco, isso deve acontecer porque a economia ainda está com um elevado nível de ociosidade tanto na indústria como no emprego, o que dificulta repasses de custos. Um exemplo é que mesmo a queda do desemprego nos últimos meses ainda não impactou a renda média do trabalhador, que segue estável, contribuindo para a baixa inflação.

Já os preços das commodities em dólar estão em baixa no ano, de certa forma, compensando parte da alta do dólar. Como resultado, por exemplo, o IGPM em agosto foi negativo em -0,67%, principalmente devido às matérias primas, alimentos e gasolina. De fato, o índice de commodities em reais ainda está queda no ano.

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Selic

O Inter destaca ainda que a expectativa ainda é de uma redução de 0,50 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Copom em 18 de setembro. Apesar da alta do dólar e o cenário externo mais volátil, os analistas acreditam que o Banco Central irá reduzir a Selic em 0,50%, conforme antecipado na última ata.

No entendimento da equipe, as expectativas de inflação estão bem ancoradas, e as previsões para o IPCA em 2019 e 2020 ainda estão sendo ajustadas para baixo, mesmo com o PIB ligeiramente melhor, o balanço de riscos ainda é favorável, e a política monetária pode ser mais estimulativa.

O documento do Inter destaca que o mercado ainda aposta em mais duas quedas de 0,50%, conforme observados os juros futuros. No entanto, a maior aversão ao risco, devido ao cenário externo mais incerto, levou a uma pequena correção nas taxas mais longas em agosto, com os juros de 10 anos subindo de 7,3% para 7,5%. Uma consolidação de um cenário de juros menores no longo prazo ainda passa pela aprovação de reformas estruturantes, que caminham a passos lentos no Congresso.

Atividade Econômica

Os dados mais recentes de atividade indicam que seguimos no caminho de uma lenta recuperação econômica no 3º trimestre. Os dados de concessão de crédito em julho foram positivos e apontam que o crédito bancário e o a oferta via mercado de capitais cresceram cerca de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os dados de emprego em julho também mostraram uma nova queda da taxa de desemprego para 11,8%. A confiança do empresário também vem se recuperando no segundo semestre. Segundo pesquisa da FGV, o índice de confiança do empresário, que havia recuado entre janeiro e junho, voltou a se recuperar em julho e agosto.

Exterior

O relatório destaca ainda que nas últimas semanas, a redução dos juros dos títulos dos EUA de 10 anos voltou a levantar o receio de uma recessão. A curva de juros americana assumiu o formato invertida que significa juros de 10 anos, hoje em cerca de 1,5% a.a., menores que a taxa de 2 anos, refletindo a expectativa dos investidores de futuras reduções na taxa pelo Fed.

Os analistas lembram que, em momentos históricos passados, essa situação foi um sinal de antecipação de uma recessão. No entanto, o cenário global de baixos juros, inclusive negativos em vários países da Europa e no Japão, não deixa clara essa relação hoje. Após o forte estímulo monetário dos últimos anos, hoje mais afrouxo pelos BCs parece ter impacto limitado para promover novo crescimento.

Autoridades monetárias da Europa, por exemplo, já questionam se um novo corte na taxa, negativa em 0,40% pode ser suficiente para reanimar a economia na zona do Euro, que já apresenta sinais de desaceleração. Um contraponto seria um conjunto de novos estímulos fiscais por parte do governo alemão, por exemplo, como novos gastos em investimentos.

Com isso, o Inter avalia que estamos de fato observando uma desaceleração global, liderada pela menor produção industrial, em parte impactada pelo sentimento mais negativo devido à guerra comercial entre EUA e China, mas também resultante do fim de um longo ciclo de expansão econômica.

Após um longo período e taxas historicamente muito baixas, os BCs globais podem não ter mais como estimular a economia somente com menores juros ou recompras de papeis e ações mais coordenadas com o governo serão necessárias.

No caso específico dos EUA, como as taxas ainda são positivas apesar da queda significativa da curva nos últimos meses, o Fed ainda tem espaço para cortes nos próximos meses.